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Finanças

Os vilões do orçamento durante a pandemia

Neste momento, são inúmeros, mas vamos dar prioridade para apenas três: supermercado, parcelas no cartão de crédito e assinaturas

Por Da redação

17 de maio de 2020, às 08h25

Precisamos nos organizar antes de ir às compras. Fazer lista e saber aproveitar as oportunidades (descontos) no momento, adaptando algumas coisas para que a conta não fique cara. A ideia de estocar comida no início do coronavirus fez com que muitas pessoas gastassem além do planejado e pior ainda, além do que cabia em seu orçamento. Organização e disciplina é a melhor forma de combater este tipo de problema.

As parcelas do cartão de crédito poderiam ser o primeiro grande vilão. Gastando mais em supermercado e não se organizando, as contas vão se acumulando. Agora durante a pandemia muitos estão com alguns pequenos custos não esperados, como um investimento em uma estrutura de home office dentro de casa. Não faça investimentos desnecessários e não compre mais do que pode. A ideia agora é não fazer dívidas a longo prazo.

Em tempos de pandemia, saber equilibrar as finanças é fundamental – Foto: Adobe Stock

Assinaturas mensais são a primeira maravilha do mundo assim como o maior terror do seu orçamento. Com valores relativamente baixos e a necessidade de entretenimento, além de alguns aplicativos para auxiliar na gestão de casa, consumo, trabalho, exercícios físicos entre outros, estes pequenos custos de R$ 10 à 35 reais por mês se unem as parcelas de compras desenfreadas que fazemos e consome cerca de 50% da renda dos brasileiros.

Não é apenas 10 reais, precisamos ter em mente que 10 aplicativos e/ou assinaturas de 10 reais serão 100 reais de gastos a mais no fim do mês. Priorize, pague apenas o necessário! Se for um plano de TV, cancele a TV a cabo se for o caso. Faça contas e tente utilizar o máximo dos planos grátis.

Os chamados ‘vilões’ do orçamento merecem atenção especial – Foto: Marcello Casal Jr. / ABr

Que erros financeiros não podem ser cometidos neste momento? Custos de longo prazo, sem sobra de dúvida. Infelizmente nossa instabilidade política e econômica não está nos dando as melhores expectativas e segurança para o amanhã. Temos visto o número crescente de desempregados e pessoas entrando na faixa de vulnerabilidade.

O brasileiro estava até o início deste ano se acostumando com a ideia de planejamento financeiro, e pouquíssimos tem a organização de manter uma reserva de emergência para pelo menos seis meses de custos fixos.

Lembre-se sempre que o custo de longo prazo (altos principalmente), como uma troca de carro pois estava em promoção, comprar um apartamento pois acha que é o melhor momento, ou trocar os eletrônicos de casa pois tem sites que parece Black Friday… se não estiverem alinhados com a sua conta bancária e reserva de emergência, podem ser o fundo do poço para algumas famílias.

Fonte: Bruna Allemann, economista

PERSPECTIVA
O que esperar dos efeitos do Covid-19 na economia?

Somente saberemos qual será o real impacto assim que a economia estiver 100% aberta.

Infelizmente ainda não existem estatísticas e dados o suficiente para trabalhar com expectativa do que poderá atingir mais ou menos a economia. Estamos vivendo um dia após o outro, na esperança de que amanhã tudo volte ao normal. Somente saberemos qual será o real impacto assim que a economia estiver 100% aberta.

Supermercado é um dos “inimigos” das finanças de qualquer casa se as contas não forem ajustadas – Foto: Divulgação

Já se tem uma ideia pela redução de consumo de itens de vestuário por exemplo, que mesmo com o forte comercio online, já vem sofrendo com a redução média de 40% das vendas e o crescente número de demissões neste período.

Algumas empresas possuem como se fosse sua reserva de emergência, para seis meses a um ano de caixa protegido. Aquelas que estiverem fora desse perfil sofrerão e poderão entrar em recuperação judicial.

Para o consumidor, aplicamos a lei da oferta e demanda, alguns economistas seguem a linha de que o mercado imobiliário deve cair bastante em contrapartida do consumo do varejo deve aumentar os preços, pois o mercado consumidor vai cair (público sem renda, não tem quem compre os artigos estocados).

Mas precisamos salientar que o cenário pode ser muito diferente, dependendo dos incentivos públicos que serão oferecidos tanto à população, quanto para os empresários. Portanto, por enquanto, difícil saber! Temos que esperar todos se mexerem e os mercados abrirem.

ENDIVIDAMENTO
Primeiro não tome uma linha de crédito se não tiver certeza de que pode arcar com este compromisso. A crescente oferta de linhas bancárias está atraindo pequenos e médios empreendedores, assim como a população, para uma escolha equivocada.

Tenha em mente o quanto pode pagar, organize suas finanças, seja da empresa ou pessoal. Veja que contas consegue diminuir e quais precisa manter. Renegocie seus custos fixos, desde TV, internet, conta de celular entre outros até fornecedores.

Com os fornecedores e prestadores de serviços, seja sincero. Verifique quais as condições deles e veja a melhor forma dele continuar recebendo e você de continuar pagando.

Tirando todas as alternativas e fazendo um bom planejamento para um lockdown de três meses na pior situação ou uma reabertura dos negócios em um mês, verifique se será realmente necessário esse dinheiro para desafogar sua situação.

Dinheiro barato não é sinônimo de folego, e sim de dívida. E é tudo que você não precisa agora. Há muitas outras formas de se organizar e colocar as contas e custos em dia.

Fonte: Bruna Allemann, economista

PANDEMIA
O que pode comprometer as contas

LOJAS ONLINE
As lojas estão fechadas e precisam ter seu consumidor próximo, mas do outro lado temos a população sendo demitida e reduzindo cada vez mais seus custos ou renda. O maior problema é que em 80% dos casos são compras compulsivas, que alinhadas ao problema social e psicológico, acabamos cometendo.

Altas parcelas no cartão, consumo desnecessário e bola de neve para o planejamento pessoal de ter uma renda guardada. Disciplina. Não podemos tratar das nossas contas como fossemos crianças de três anos com um tablet.

Que precisamos desinstalar aplicativos, bloquear internet etc. Seja sincero com você mesmo das suas necessidades. Gaste apenas um valor fixo e a vista por mês. Quem sabe assim você fica contente e sobra mais dinheiro para suas economias também.

GASTOS COM APLICATIVOS
Além de gastar no mercado, muitos ainda pedem comida online por exemplo. Custos que ao invés de terem sido reduzidos, estão triplicando nos orçamentos familiares.

O principal impacto que vemos é que ao invés de ser o momento de reduzir custos e estar preocupado com o longo prazo, muitos triplicaram seus gastos com restaurantes devido a facilidade de pedir para entrega. Mas o restaurante de hoje, pode ser o seu feijão sofrido de amanhã.

Se não gosta de cozinhar e não quer ir ao mercado, não tem problema. Procure pelo menos os aplicativos com Cashback. Que você ganha bônus para a próxima compra, vai acumulando pontos e pode trocar por novas refeições gratuitas. Aprenda a concentrar seus custos para que possa se beneficiar deste produto ou serviço. E logico, não faça compras no mercado. Tudo uma questão de balancear (gasta em um e não no outro).

IDA AO SUPERMERCADO
Compras desnecessárias, sem lista, estoques de produtos não essenciais e comidas com validade pouco extensa. Custos acumulados altos no fim do mês como resultado da despreparação do consumidor em se organizar antes de sair de casa.

Mercado e restaurantes estão sendo um dos maiores custos hoje das famílias. Faça lista, compre somente para 30 dias os produtos que não são perecíveis e os perecíveis coloque meta de gasto semanal. Assim você consegue adaptar sua lista sem mexer no custo programado para aquilo. Aproveite as promoções!

LINHAS DE CRÉDITO
O maior problema que estamos tendo hoje é a facilidade e redução de taxas de linhas bancárias sendo oferecidas a todo instante para as empresas e população. Vendo isso, fica tentador ganhar aquele folego. Mas e aí? Como está sua vida financeira para arcar com esta dívida de longo prazo?

O maior problema é que muitas dessas linhas de credito estão oferecendo 90 a 120 dias para começar a pagar as parcelas e quem consome esse produto não está pensando que daqui 120 dias terá uma nova conta para pagar.

Tente reduzir custos e contas, depois verifique a necessidade. Logicamente, analisando a estabilidade do seu emprego e condições para assumir aquela dívida.

Fonte: Bruna Allemann, economista

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