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Liberal explica

De onde surgiu a sigla ESG?

Termo corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização

Por Ana Carolina Leal

17 de outubro de 2022, às 08h00 • Última atualização em 17 de outubro de 2022, às 08h02

CONTEXTO. Apesar de o termo ter ganhado notoriedade nos últimos anos, a origem da sigla remete há mais de uma década e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização; a aparente novidade surgiu em 2004, em publicação pioneira do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) e instituições financeiras

Documento é resultado de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs mundiais – Foto: Evan Schneider – Un Photo

Nos últimos tempos, uma sigla tem ganhado bastante visibilidade no meio corporativo. Trata-se da ESG, um termo em inglês que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.

A aparente novidade surgiu em 2004, em uma publicação pioneira do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) e instituições financeiras de nove países, chamada Who Cares Wins (Ganha quem se importa).

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O documento é resultado de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras do mundo. A proposta era obter respostas dos bancos sobre como integrar os fatores ESG ao mercado de capitais.

Desde então, conquistar o “selo” ESG parece tirar o sono das organizações, que buscam entender o que é o termo e quais adaptações são necessárias para estar em conformidade com esta exigência.

“O que antes imaginava-se que deveria ser preocupação exclusiva do Poder Público, o ex-secretário geral da ONU colocou como um desafio para sociedade, sobretudo, para as entidades empresarias”, afirma Antonio Carlos de Freitas Junior, mestre e doutorando em Direito pela USP (Universidade de São Paulo).

Em entrevista ao LIBERAL, ele explicou que a empresa que tem essa sigla precisa colocar no seu planejamento e na execução das atividades, medidas que garantam a qualidade e a preservação ambiental. Também tem que se preocupar com o lado social, ou seja, não somente do bem estar dos seus colaboradores, mas também das famílias deles, das comunidades e de todo o corpo social.

E a governança, explica Freitas Junior, é no sentido de que as empresas devem ter regras internas que façam com que essa preocupação com o meio ambiente e com a sociedade seja realmente colocada em prática.

“Na medida que os grupos empresarias adotam políticas ambientais internas para além da legislação, políticas sociais para além da legislação trabalhista e políticas de governança que assegurem essas duas preocupações, se tornam uma empresa ESG”, afirma.

E na prática, acrescenta o especialista, faz com que tenham acesso, principalmente, a fundos internacionais verdes, que colocaram como um requisito para conceder empréstimos ou investir dinheiro.

“Outro ponto é que os próprios clientes, os próprios consumidores estão cada vez mais preocupados do ponto de vista ambiental, social e acabam buscando por empresas que tenham esse selo ESG”.

Segundo o mestre em Direito pela USP, toda e qualquer empresa pode ter uma política interna ESG, desde que adote na sua atividade empresarial a preocupação ambiental, social e a governança para ambas.

“O ESG nada mais é do que o compartilhamento dos desafios sociais com as empresas, não ficando só com as pessoas físicas e com o Estado. Que também consigam conjugar seu esforço pelo lucro com o esforço por uma sociedade melhor, mais justa e igualitária e também por um ambiente preservado”, conclui. 

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