Cotidiano
Bolsonaro volta a criticar vacinação de crianças e a pregar tratamento precoce
Presidente ainda chamou técnicos da Anvisa de "tarados por vacina" e questionou os interesses por trás da liberação
Por Agência Estado
06 de janeiro de 2022, às 13h49 • Última atualização em 06 de janeiro de 2022, às 14h26
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O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a criticar a vacinação para crianças com idade entre 5 e 11 anos contra Covid-19, nesta quinta-feira, 6. Ele ainda reforçou que não irá vacinar sua filha, Laura, de 11 anos, e afirmou não ter conhecimento de crianças que teriam morrido em decorrência da doença, nessa faixa etária, para justificar a vacinação, apesar de números comprovarem a ocorrência das mortes.
“A minha filha não será vacinada. Uma das questões que a gente colocou, no Ministério da Saúde, e que você pai tem que saber: a Pfizer, dona dessa vacina, não se responsabiliza por efeitos colaterais. E a própria Anvisa, que autorizou a vacina, diz que a criança logo após a vacinação pode sentir falta de ar e palpitações. Eu pergunto, você tem conhecimento de uma criança de 5 ou 11 que tenha morrido de Covid? Eu não tenho”, disse o presidente durante entrevista a TV Nova Nordeste, de Pernambuco.
Na tentativa de, novamente, colocar em dúvida a importância da vacinação das crianças, o presidente alegou que, se “algum moleque morreu de Covid”, tinha “outra comorbidade qualquer”. “Quando se trata de criança, não se deixe levar pela propaganda”, disse. “Qual interesse da Anvisa e das pessoas taradas por vacina?”, completou.
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do o Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) apontam que ao menos 560 crianças entre 5 e 11 anos morreram de Covid-19 no País, segunda maior causa de óbitos na faixa, atrás apenas de acidentes de trânsito.
Tratamento precoce e passaporte
Bolsonaro voltou a pregar tratamento precoce e uso de medicamentos sem eficácia contra Covid e respondeu às críticas sobre suas constantes falas negacionistas. Disse que não poderia ser considerado um negacionista porque autorizou a compra de vacina.
O presidente voltou a se colocar contra a adoção do passaporte vacinal. “Da nossa parte jamais exigirei passaporte vacinal, até porque, você tá vendo gente com a terceira dose de vacina morrendo. Você viu agora pouco alguns navios de cruzeiro no Brasil, todos 100% vacinados, onde um número considerável de pessoas foram contagiadas pelo vírus”, questionou.
O chefe do Executivo chamou de autoritária a ação de governadores que determinaram a necessidade do documento. “Nunca se viu isso antes”.
De acordo com o presidente as vacinas compradas até o momento “é pra quem quiser tomar, em nenhum momento eu exigi que qualquer cidadão viesse a tomar a vacina”.