Covid-19
Maio bate recorde de confirmações de casos de coronavírus em Americana
Mesmo com mais infecções pela doença, mês em Americana contabilizou menos mortes em relação a março e abril deste ano
Por Marina Zanaki
08 de junho de 2021, às 07h39 • Última atualização em 08 de junho de 2021, às 17h08
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/maio-bate-recorde-de-confirmacoes-de-casos-de-coronavirus-em-americana-1534006/
Os novos casos do novo coronavírus (Covid-19) em Americana bateram recorde em maio. Levantamento junto à plataforma Infotracker Covid-19, mantido pela USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) com dados informados por prefeituras paulistas, aponta 2.749 infecções em maio na cidade. O número é maior do que o registrado para um único mês desde o início da pandemia.
Dados levantados pela Vigilância Epidemiológica a pedido do LIBERAL trazem 2.603 novos casos no mês passado. Apesar da diferença em relação à plataforma, os dados do órgão municipal confirmam o recorde em maio.
Mesmo sendo o mês com mais infecções, maio teve menos óbitos por coronavírus em relação a março e abril. Novamente, as duas bases de dados apontam para esse mesmo cenário.
“No mês de maio, houve maior número de casos novos de Coronavírus em relação aos meses de março e abril. Contudo, a taxa de ocupação de leitos, bem como número de óbitos, foi menor. Observa-se que houve um ‘afrouxamento’ nas medidas de contenção do avanço da pandemia ([isolamento], o que pode justificar o aumento de casos. Porém, a vacinação contra a Covid-19 colaborou diretamente na redução de casos graves e óbitos pela doença”, analisou a Vigilância da cidade.
O aumento de casos também vem sendo sentido no Departamento Regional de Saúde de Campinas, que inclui 42 cidades. Levantamento do Observatório da PUC-Campinas aponta crescimento de 51% nas novas infecções na semana passada em relação à anterior.
Flexibilização
Infectologista da PUC-Campinas, André Giglio Bueno relacionou o aumento de casos às flexibilizações adotadas na fase emergencial do Plano São Paulo, logo após redução do contágio em abril.
“Passou para a população a sensação que estava melhorando, mas estava em patamar muito elevado, os hospitais não deixaram de ficar sobrecarregados. Estamos vindo de três semanas de crescimento progressivo dos novos casos e várias cidades começaram a ter sobrecarga importante”, analisou o médico.
“É difícil fazer a classificação das ondas, mas para quem está dentro do hospital ficou claro: teve a segunda onda em março, depois uma melhora, passou a ter vaga em abril, e agora já está voltando para situação muito ruim de novo. Para os hospitais, dá para falar que é uma terceira onda sim”, afirmou André.
Em relação ao papel da vacinação na mortalidade, o infectologista apontou que ela está afetando o perfil de internados e óbitos, com menos idosos e mais jovens sofrendo complicações. André ponderou que, para reduzir as mortes na população de maneira geral, é necessário alcançar de 70% a 80% de cobertura vacinal.