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Falta de médico

Hospital Municipal registra espera de 6h por atendimento no início do ano

Houve relatos de escalas incompletas e demora no atendimento nos dias 1° e 4 de janeiro

Por Marina Zanaki

06 de janeiro de 2021, às 07h49 • Última atualização em 06 de janeiro de 2021, às 17h55

Os primeiros dias do ano no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, têm sido marcados pela falta de médicos e longas esperas de até 6 horas para atendimento, tanto no PAC (Pronto-Atendimento Covid) quanto no pronto-socorro geral.

A maior parte do atendimento médico é terceirizada para a empresa Hygea, que faz as escalas dos plantões com profissionais contratados por ela. A direção do hospital disse que o problema de falta de profissionais foi exclusivamente de responsabilidade da empresa, que já foi notificada sobre as ocorrências.

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A dona de casa Israela Borges, de 31 anos, foi acompanhar a mãe idosa ao PAC na segunda-feira, por volta do meio-dia, e viu pessoas esperando desde as 6h. Havia só um médico, mas no meio da tarde mais um chegou. As duas saíram do hospital por volta das 17h.

“Em compensação das outras pessoas que estavam lá, nosso atendimento até foi rápido, e a maioria era idoso. Na recepção não sabiam de nada, e muita gente acabou desistindo”, afirmou Israela.

Setor de atendimento de Covid no Hospital Municipal de Americana nesta terça-feira, 5 de janeiro – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

Esse foi o caso do motorista Paulo Correa Araujo, de 50 anos. Também acompanhando a mãe no PAC na segunda, ele desistiu ao ver a lotação.

“Justificaram que tinha um médico só, e umas 50, 60 pessoas aguardando. Sei que eles não têm culpa, estão sobrecarregados, mas o problema é que tinha que ver. É mais perigoso ficar aguardando na sala com todo mundo tossindo, respirando ao mesmo tempo, do que ficar em casa e se automedicar”, disse o motorista.

No dia 1° de janeiro, o problema ocorreu no pronto-socorro geral. O motoboy Jouber Ricardo Camara, de 33 anos, foi acompanhar a esposa até o hospital após uma queda.

Ele viu quando o médico avisou os pacientes que estava sozinho, quando deveria haver três plantonistas, mas mesmo assim não apressaria os atendimentos para não correr o risco de cometer algum erro.

“Me surpreendi com a atitude do médico, ele disse que como estava sozinho não queria matar ninguém, foram essas palavras que ele usou”, disse o motoboy. O casal chegou no hospital por volta das 21h, e após duas horas mais dois médicos chegaram.

A Hygea afirmou que muitos médicos da empresa e concursados precisaram ser afastados em função da pandemia, e que nem sempre é possível encontrar médico disponível para a cobertura do plantão. A empresa argumentou que, em função da pandemia, há uma defasagem de profissionais em todo o País.

“Em momento algum houve desassistência dos serviços de pronto atendimento, tanto geral como Covid, e a eventual falta de profissionais médicos nas datas indicadas decorrem de circunstâncias pontuais e não representam a realidade do serviço prestado ao município de Americana”, disse a empresa.

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