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Covid-19

Conduta de idosos na pandemia preocupa médicos de Americana

Como são mais suscetíveis às complicações, contaminação desse público pode saturar sistema de saúde

Por Marina Zanaki

16 de junho de 2020, às 10h59 • Última atualização em 16 de junho de 2020, às 15h28

Público mais vulnerável às complicações do novo coronavírus (Covid-19), os idosos estão sendo resistentes ao isolamento social. O alerta foi feito pelos infectologistas Arnaldo Gouveia Junior, do Comitê de Crise da Prefeitura de Americana, e Juliana Ribon, responsável pelo Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.

Das 14 pessoas que morreram por coronavírus na cidade, nove tinham mais de 60 anos. Gouveia indica que a mortalidade concentrada entre idosos é um espelho do que tem ocorrido em todo o mundo.

Apesar disso, o médico tem observado idosos que ainda resistem ao isolamento social.

“Eles acham que é desaforo a família não ir visitar, inclusive alguns você tem que ir ver porque são sozinhos. Então nesses casos tem que usar álcool na mão, máscara. A maior dificuldade não é as pessoas saberem que idoso tem que ser preservado, mas o idoso aceitar”, alertou.

“Tem uma paciente que internei, e ela me disse que vai no mercado três vezes por dia. É a vida social deles”, contou o médico.

Juliana alertou que a disseminação entre os idosos tem o potencial de saturar rapidamente o sistema de saúde.

“Muitos seguem à risca, mas tem os que são muito rebeldes. Tem idosos que vejo na rua, tento abordar, conversar. O idoso vira e fala: eu já vivi tudo que tinha para viver. Vi vários idosos falando isso e me choca um pouco”, disse a infectologista.

“E se esse paciente pensa dessa maneira e contamina outros idosos que se reúnem? Pensa em seis idosos chegando graves no Hospital Municipal, é bem complicado, a gente aumenta rapidamente a ocupação de muitos leitos de terapia intensiva”, calcula a médica.

Um surto de coronavírus na casa de repouso Flor de Liz, em Americana, deixou quatro mortos e outros sete residentes doentes.

“Surto em unidade fechada teve só uma, vamos torcer para passar o resto da epidemia sem dar nas outras unidades, que nenhum trabalhador se torne portador assintomático. Se tiver mais surtos em unidades de longa permanência aí sim vamos ter saturação rápida do sistema, porque é muita gente de uma vez só”, disse Gouveia.

Podcast Além da Capa
A pandemia do novo coronavírus completa três meses com a certeza de representar o maior desafio da carreira de gestores públicos em saúde, como é o caso dos secretários que atuam em cidades da região. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com os responsáveis pelas pastas em Americana, Santa Bárbara e Nova Odessa sobre a experiência forjada pela crise.

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