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Suspeita no presídio

Agente do CDP de Americana está internado com suspeita da Covid-19

Homem de 55 anos está no Hospital Municipal de Americana desde segunda; SAP diz que vai realizar desinfecção do espaço na próxima segunda

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13 de junho de 2020, às 08h34 • Última atualização em 13 de junho de 2020, às 11h01

Um agente do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Americana está internado no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi com suspeita do novo coronavírus (Covid-19).

Ele passou mal na segunda-feira (8), durante um plantão, e procurou o hospital. Seu estado piorou e o servidor, que é morador de Americana, precisou ser internado.

Segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), o agente, que tem 55 anos, trabalhou até as 10h da manhã na segunda-feira, quando apresentou falta de ar.

“Ele permanece internado com suspeita de ter contraído a Covid-19. Até então, ele não havia apresentado sintomas. A unidade penal ainda não foi notificada da confirmação do diagnóstico”, afirmou a Secretaria.

A pasta disse que todos os servidores trabalham com EPI (Equipamentos de Proteção Individual).

“São fornecidos materiais para higienização e desinfecção dos postos de trabalho diariamente. Também são fornecidos máscaras e materiais de higienização e desinfecção aos custodiados”, disse a pasta.

“Como reforço, na próxima segunda-feira (15) será promovida a desinfecção do Centro de Detenção Provisória de Americana por meio de equipamento atomizador, com a utilização de solução de quaternário de amônia”, garantiu a SAP.

“Pavor”
Segundo a esposa de um agente que trabalha no CDP e que preferiu não ser identificada por medo de represálias, cerca de 10 agentes dividiram o plantão com o paciente.

Todos eles estão preocupados que possam ter se contaminado e estejam transmitindo a doença no CDP. O receio é que tenha início um surto no local.

“Os agentes ficam no corpo da guarda, que ele permaneceu por meio plantão. Foi contaminado, e os outros plantões todos essa semana passou por lá. Não tem noção do pavor que eles estão vivendo”, contou a familiar.

“Meu marido psicologicamente não está nada bem. Se um tosse perto, está um pavor. Disseram que para fazer o teste tem que pagar por conta própria”, afirmou.

O Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo) disse que está acompanhando o caso.

Presidente da entidade, Fábio César Ferreira disse que é preciso esperar sair o resultado positivo do exame para que os funcionários do mesmo plantão sejam afastados.

“Enquanto não sai o teste, fica todo mundo fica apavorado. Todo mundo está trabalhando com álcool em gel, se servidor trabalhou nessa condição lá na cadeia é pra usar, uma das questões é conscientizar a categoria para utilizar. Se ele estava contaminado, mas usou EPI, seguiu as regras, não pegou na mão, a probabilidade de alguém esteve com ele pegar diminui”, afirmou Fabio.

Ele defende a realização de testes nos servidores que tiveram contato com pessoas com suspeita para Covid-19.

Em decisão de quarta-feira (10), a juíza Erika de Franceschi, da 11ª Vara do Trabalho de Campinas, deu prazo de 20 dias para que a SAP implemente uma política efetiva de testagem no sistema prisional.

A decisão consta em ação movida pelo Fórum Penitenciário Permanente, formado pelo Sifuspesp, Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários) e Sindicop (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e demais Servidores Públicos do Sistema Penitenciário).

A SAP foi questionada, mas não informou quando deve iniciar a testagem na região.

O Estado de São Paulo deu início à testagem de policiais, salvamento, agentes de segurança e seus familiares. Segundo o governo, 70 mil profissionais foram testados, dos quais 20% testaram positivo.

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