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Celebridades

Urso feroz

Do alto de seus 75 anos, Tony Ramos se diverte em cena com o torpe e convencido Antonio de “Terra e Paixão”

Por Geraldo Bessa/TV Press

03 de dezembro de 2023, às 10h51 • Última atualização em 03 de dezembro de 2023, às 10h52

Tony Ramos vive o vilão Antonio na novela “Terra e Paixão” - Foto: Divulgação

Protagonista definitivo e, há mais de quatro décadas, um dos atores mais disputados da Globo, chega a impressionar a empolgação de Tony Ramos a cada trabalho. “No dia em que eu tratar a atuação como qualquer coisa, é sinal de que é hora de me aposentar. Acredito que isso esteja bem longe de acontecer”, brinca. E está longe mesmo. Sempre que acaba um trabalho, Tony já está pensando no próximo.

Aos 75 anos e com toda a gama de personagens já vividos sob o olhar do público, o ator assume que está se divertindo na pele de um vilão forte e totalmente sem pudores como o Antonio de “Terra e Paixão”. “Antonio comete atrocidades absurdas. É um sujeito sem filtro social e, justamente por isso, um prato cheio para qualquer ator. O texto do Walcyr (Carrasco) tem me feito muito feliz”, celebra.

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Paranaense da pequena Arapongas, Tony passou parte da juventude no interior de São Paulo, onde teve suas primeiras impressões com o cinema e virou fã dos filmes de Oscarito. Aos 16 anos, disposto a seguir a carreira de ator, resolveu se mudar para a capital, onde logo encontrou abrigo em pequenos grupos de teatro amador. Entre os anos 1960 e 1970, trabalhou de forma ininterrupta em novelas e programas da extinta Tupi. Em 1977, transferiu-se para a Globo e, consequentemente, para o Rio de Janeiro, onde está até hoje. Na lista de sucessos, tramas como “O Astro”, “Pai Herói”, “Baila Comigo”, “Rainha da Sucata”, “A Próxima Vítima” e “Belíssima”, entre outras.

Apesar dos inúmeros personagens no seu histórico e de ter se tornado um dos símbolos do herói romântico, Tony se mostra avesso a qualquer glamourização. “A tevê voltou a se interessar mais pelo talento. Por muitos anos, a beleza foi uma grande porta de entrada. Agora, vejo jovens preocupados com disciplina e repertório e não apenas em aparecer nas capas de revista. Acho que vem uma geração muito boa por aí”, ressalta o ator, que vive um casamento tranquilo e longe dos holofotes com Lidiane Barbosa desde 1969. “Somos naturalmente discretos. Não temos redes sociais e nem a pretensão de ficar mostrando tudo o que fazemos”, assume.

“Terra e Paixão” chega ao fim em janeiro do ano que vem. Com tantas reviravoltas ao longo da trama, qual o balanço que você faz deste trabalho até aqui?

Interpretar o Antônio La Selva é um dos maiores momentos da minha carreira. Sinto isso andando na rua, no posto de gasolina, no aeroporto. Outro dia eu entrei em um restaurante e as pessoas começaram a bater palma. Então, esse é o termômetro e o fenômeno promovido pela tevê aberta e por ter um belo personagem em mãos.

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Em algum momento você achou que o fato de ele ser vilão pudesse causar algum estranhamento no público?

Acho que hoje as pessoas sabem entender isso melhor. Quando fiz “Torre de Babel” e “Paraíso Tropical”, por exemplo, as pessoas estranharam sim. Justamente porque eu pouco era chamado para o posto de antagonista.

Como foi o movimento de quebrar com essa limitação e passar a fazer personagens mais diversos?

Os autores e diretores me ajudaram muito. Mas é claro que, a cada novo chamado para trabalhar, eu conversava bastante sobre as minhas vontades artísticas do momento e a proposta que estava sendo oferecida. No caso de “Terra e Paixão”, por exemplo, o Walcyr (Carrasco) já chegou em total sintonia com o que eu queria fazer.

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Como assim?

Eu queria me divertir e fazer algo diferente do que estava acostumado. É claro que tenho consciência de que Antônio La Selva é um homem de um caráter absolutamente horroroso. Não sabe perder, quer ter todas as suas vontades prontamente atendidas e é capaz de tudo para chegar aos seus objetivos. Ele brinca com a vida das pessoas. Com este desenho, do ponto de vista de papel para um ator desenvolver, sem dúvida, é uma linda missão que eu ganhei. Estou me divertindo muito em cena.

O Antenor, vilão que você viveu em “Paraíso Tropical”, também está de volta ao ar no “Vale a Pena Ver de Novo”. Qual sua principal lembrança desta obra?

São várias lembranças. Mas vou destacar meus companheiros de trabalho. A novela tinha um texto muito afiado assinado pelo Gilberto Braga e era dirigida de forma muito bem-humorada e transparente pelo Dennis Carvalho. Era uma dupla muito afinada. No estúdio, ter de conviver com Wagner Moura, Vera Holtz, Otávio Müller, Maria Fernanda Cândido, Fábio Assunção e Glória Pires, entre outros, era motivo de muita inspiração. Também não posso esquecer dos amigos que já foram e sinto falta de contracenar, como o Hugo Carvana e Yoná Magalhães. Vou ficar feliz e emocionado de rever esse trabalho. E acho que o público também.

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