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Celebridades

Túnel do tempo

No “Angélica 50 & Tanto”, apresentadora revisita sua trajetória diante das câmeras

Por CAROLINE BORGES_TV PRESS

11 de dezembro de 2023, às 08h39 • Última atualização em 11 de dezembro de 2023, às 08h40

Ao longo de mais de quatro décadas sob os holofotes, Angélica só conhece memórias de uma vida aos olhos do público. Não à toa, ela empilhou entrevistas e declarações nos mais inúmeros jornais, programas de tevê e revistas. Mas foi apenas com a chegada dos 50 anos, completados no último dia 30 de novembro, que Angélica sentiu que assumiu o controle da narrativa de sua história ao encarar o passado na série “Angélica 50 & Tanto”, que vai ao ar no GNT, está disponível no Globoplay e conta com uma versão reduzida para o “Fantástico”.

Na produção, que tem criação e direção de conteúdo de Chico Felitti, Angélica abre as portas de sua casa e recebe uma série de convidadas para conversas que recapitulam momentos marcantes de sua vida e de sua carreira. Xuxa, Eliana, Sandy, Ivete Sangalo e Susana Vieira se juntam a Angélica para relembrar momentos importantes e situações em que tiveram vivências similares. “Todos os episódios têm muito da minha vida, mas também passam pela história de cada uma dessas convidadas maravilhosas. Com certeza as mulheres vão se identificar bastante com os temas abordados na série”, aponta.

Como surgiu a ideia de fazer uma série comemorativa dos seus 50 anos?

Eu adoro celebrar a vida, sempre gostei de aniversário e de festa. Me casei com uma pessoa que também gosta muito disso tudo. À medida em que os 50 se aproximavam, Luciano teve a ideia de fazer algo especial. Estávamos digitalizando o arquivo de toda a minha história, vendo aquelas imagens e tudo isso despertou a vontade de fazer algo. Foi a partir daí que começamos a falar desse projeto. Foi muito bom refletir sobre toda essa caminhada.

De que forma?

É um projeto de comemoração de uma jornada maravilhosa. Sou muito grata por tudo que vivi. Ao me deparar com histórias e imagens de arquivo, tinha muita coisa que eu nem lembrava. Coisas que estavam no fundo da memória porque vamos vivendo e esquecendo. Você meio que vai vivendo no automático e esquece de aproveitar e saborear tudo isso. Foi uma espécie de sessão de terapia.

Apesar de contar com algumas imagens de arquivo, o programa é baseado em uma roda de conversa. Você teve cuidado para que a produção não enveredasse para um documentário sobre a sua vida?

Sim. Desde o início, sabíamos que tínhamos um vasto material, mas a ideia nunca foi fazer um documentário. Acredito que até desse para fazer, mas não era isso. A ideia era fazer algo para falar do meu momento, ser um programa de conversas e trocas. Queria dar minha opinião, contar minhas histórias e temos algumas imagens que dão essa pitada documental. Sempre gostei de trocar e aprender. Estou aprendendo muito ainda. Ao longo das gravações, aprendi muito com todas as convidadas. Tivemos mulheres muito legais e inspiradoras.

Ao mergulhar em sua própria história, o que mais chamou a sua atenção ao revisitar esse passado?

É muito importante a gente olhar e reverenciar a nossa própria trajetória. Com a correria, não temos tempo para olhar para trás e admirar, saborear as conquistas que vieram com tanto trabalho. E eu tive esse momento de olhar e foi muito importante. Chamou-me a atenção o quanto eu trabalhei. Fazer 50 anos tendo tanta história para contar para os meus filhos é muito especial. Acho que essa série chega em um momento de encerramento de ciclos. Mas também um momento de início de novos ciclos.

Como assim?

Não é algo que eu penso apenas pela chegada dos 50 anos. Venho nesse processo de me reconectar comigo há alguns anos. Quero falar sobre o que acredito e desejo. Acho que toda essa história culminou nesse projeto. Inicio um novo ciclo forte, potente e mais segura no que acredito. Acho que agora estou tendo a oportunidade de saborear e aproveitar novas conquistas e projetos. Eu entendo que antes não curti ou saboreei o que vivi.

Seus últimos trabalhos têm sido acompanhados de mensagens sobre feminismo e sororidade. Você tem buscado projetos que vão além do entretenimento?

Sim. Nesses últimos anos, eu refleti muito e descobri que queria deixar projetos e trabalhos que tivessem um propósito para o público. Algo que eu pudesse me orgulhar. O entretenimento, claro, eu sempre fiz e gostei. Mas queria que tivesse algo além. O programa nasce de uma celebração dos meus 50 anos, mas deixa junto minhas reflexões sobre a força da mulher. Acho importante falar sobre isso. O propósito do programa é inspirar outras mulheres, mostrar como podem conquistar muito. Não foi uma ideia no começo de tudo, mas acabou ficando e tenho bastante orgulho.

Como foi esse trabalho de mediar conversas tão íntimas com as outras convidadas?

Todo o programa foi gravado na minha casa. Então, acho que isso já deixou todo mundo muito à vontade. Todo mundo veio para celebrar meu aniversário. Estávamos muito livres e abertas para conversar e trocar. Foi criando um clima muito gostoso. A minha história, na verdade, era um fio condutor para as convidadas contarem as histórias delas. Todas embarcaram e se abriam. Teve muita emoção.

Os 50 anos deram mais liberdade para você falar o que pensa?

Sim. Acho que hoje tenho mais maturidade e segurança para falar o que quero, o que desejo. Quando eu fiz 40 anos, falaram que tudo mudava. No começo, não vi muita coisa mudar. Mas nesses últimos 10 anos entrei em um processo de reflexão muito intenso. Acho que os 40 iniciaram coisinhas na minha cabeça. Foi um período para refletir e entender minhas vulnerabilidades. Muitas mulheres se identificam com isso.

Boa conversa

Ao longo dos cinco episódios, Angélica conversou com inúmeras amigas, mas também com mulheres que nem conhecia, como foi o caso da atriz e apresentadora Maisa. “Conheci a Maisa quando ela chegou na minha casa para a gravação (risos). Sempre quis ouvir um pouco sobre a história dela. Ela é uma mulher com posicionamentos muito fortes”, valoriza.

Angélica não pensa em uma segunda temporada do programa. Mas confessa que a produção pode ser o pontapé para outros projetos nessa mesma linha. “Acho que uma segunda temporada não teria muito sentido. Esse programa marca os 50 anos. Mas vários assuntos geraram outras coisinhas. Acho que dá para abrir para outros projetos mais para frente”, planeja.

O programa “Angélica 50 & Tanto” encerra o ciclo profissional de Angélica na televisão em 2023. Ela, porém, já tem alguns planos engatilhados para o ano que vem. A apresentadora estuda surfar no sucesso dos “podcasts” em breve. “Eu amo ‘podcast’. Vou caminhando e ouvindo. Não seria nada na linha investigativa porque não tenho capacidade. Mas estamos conversando para encontrar algo que tenha a ver com a minha história e meus papos”, revela.

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