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Globo

‘Todas as Mulheres do Mundo’ estreia nesta quinta

Primeiro dos 12 capítulos da minissérie será exibido hoje na Globo, às 23h30

Por Agência Estado

23 de abril de 2020, às 07h10 • Última atualização em 23 de abril de 2020, às 11h15

Esqueça o Rubinho traficante, de arma na mão, da novela A Força do Querer, de Glória Perez, de 2017. O Emílio Dantas que poderá ser visto na Globo, nesta quinta, é outra coisa. Mudou o visual para fazer o Paulo, arquiteto com alma de poeta, de “Todas as Mulheres do Mundo”.

A emissora franqueia, na TV aberta, o primeiro dos 12 capítulos da minissérie escrita por Jorge Furtado a partir do filme famoso de Domingos Oliveira, nos anos 1960. Para continuar vendo as aventuras/desventuras amorosas de Paulo, o telespectador terá de ir ao Globoplay, onde os demais episódios estarão disponíveis.

Foto: Victor Pollak / Gshow
Todas as Mulheres do Mundo

Todas as Mulheres fez história como o filme que revelou Leila Diniz. Ela era ex-mulher de Domingos, que estreava na direção e fez o longa como um poema de amor para ela. Para a ex? Não é todo mundo que se separa e continua ligado pelo afeto. Em tempos de pandemia, em que o isolamento social tem mantido as pessoas em casa e a violência doméstica aumentou, Dantas está cheio de expectativa. “O trabalho é muito bonito, foi feito com carinho e comprometimento da equipe toda. É sobre o amor e a delicadeza como antídotos contra essa cultura do ódio que, nos últimos anos, tomou conta do Brasil.”

Emílio está confinado em casa com a mulher, a atriz Fabiula Nascimento, que faz Olenca na novela Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro, que termina na sexta, 24 no Vale a Pena Ver de Novo. Eles têm revisto a novela, vão ver juntos a minissérie. Em outra entrevista ao Estado, Dantas disse que Fabiula amava o mar, mas ele preferia o mato. Agora, admite que está louco de vontade de encarar aquela imensidão de água. “Um banho de sal grosso, para purificar.” Paulo é um homem doce, e Emílio se vestiu para o papel. Deu uma encrespada no cabelo, colocou óculos, modelito intelectual. “O Paulo é o alter ego do Domingos, e eu fui me aconselhar com Paulo José, que fez o papel no filme. Ele me disse para me entregar ao amor. Foi o que fiz.”
Um homem que ama as mulheres, Paulo se envolve com uma diferente em cada um dos 12 episódios. Mas isso é porque ele espera a mulher ideal. Cria poemas para ela. A Maria Alice da TV é Sophie Charlotte, no cinema foi Leila.

Domingos morreu em março do ano passado, aos 82 anos. Chegou a trocar ideias sobre a minissérie com Furtado, mas ela foi feita depois. Embora escrita por um homem e refletindo o olhar masculino sobre as mulheres, a minissérie tem uma equipe predominantemente feminina. “Foi muito bom trabalhar com todas essas mulheres. É o mundo real das mulheres poderosas, que conquistaram seu espaço e têm consciência do próprio valor.”

No ano passado, o repórter visitou o set, no estúdio da Globo. A casa de Paulo parecia de verdade, não uma construção cenográfica. Tudo no lugar, todos os detalhes.

“Foi decisivo. Quando crio um personagem, me coloco sempre no cotidiano dele. E a casa era muito importante. O Paulo desenha, e eu me arrisco a desenhar também. A produção colocou desenhos meus nas paredes, então o Paulo era personagem, mas tinha coisas minhas, pessoais. Era 50/50”, brinca.

Na minissérie, são dois alter egos de Domingos, Paulo e o outro, o Cabral. Matheus Nachtergaele havia emendado filmes com a série Cine Holliúdy, dirigida por Patrícia Pedrosa, que assina Todas as Mulheres. “Estava cansado, querendo descansar, mas ela me contagiou com seu entusiasmo.” Ele conta que fez o dever de casa. “Li tudo do Domingos. As peças, a biografia, vi os filmes.”

Domingos era frasista, um filósofo popular do amor e o Cabral, que é a sua versão mais madura, é o cara que diz as grandes frases dele. “Adorei fazer. Cabral é homem de um só amor, um grande amor. Essa mulher está longe.” E ela volta? “Ah, não vou dizer. Você vai ter de ver. E me ouvir. O amor é a vocação humana, o eixo de tudo, o efeito colateral é o sexo. As escolas deveriam ensinar que a fidelidade conjugal é uma imposição absurda Minha mãe sempre diz – não há dor que dure para sempre. E a que sintetiza tudo: Se tiver de sorrir, sorria hoje; se tiver de amar, ame hoje. É o que precisamos fazer para enfrentar esses tempos difíceis que vivemos.”

Como ator, Matheus tem tido grandes parcerias, e a maior de todas é com Cláudio Assis. Como é ser dirigido por uma mulher? “A maioria dos diretores, quando escolhe o ator, acha que já está tudo pronto. Entrega pra gente. A Patrícia, não. Ela é muito focada. Ouve a gente, mas tem o conceito dela e não abre mão.” Patrícia talvez seja a única que, trabalhando com um ator tão bom, tão grande como Matheus, não se vexa de interromper a cena e corrigi-lo, se for necessário. Ele aprova: “Ôxe, pois se ela tem a coisa na cabeça e é para melhorar a cena, como não vou gostar?”.

Em tempos de isolamento, Matheus está louco para voltar ao palco. “O teatro é a minha forma de oração.” Mas, quando isso (a pandemia) terminar, ele acha que não volta logo ao teatro. “Tenho uns filmes para fazer.” Patrícia, no confinamento, prepara a nova temporada de Cine Holliúdy. “Estou louco para trabalhar de novo com ela”, diz Matheus.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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