26 de abril de 2024 Atualizado 15:10

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Celebridades

Simples desejo

Renata Sorrah celebra os dilemas femininos do agora na pele da elegante Stella de “Filhas de Eva”

Por Geraldo Bessa - TV Press

14 de agosto de 2022, às 17h32

Com a carreira marcada por personagens excêntricas, como a Heleninha de “Vale Tudo” e a Nazaré de “Senhora do Destino”, Renata Sorrah sabe muito bem o apelo popular dos papéis mais exagerados. A atriz ama a entrega que esses tipos exigem. Porém, às vezes, tudo o que ela quer é lidar com dilemas mais realistas e abordar as questões da mulher de hoje. É por isso que Renata se viu tão encantada com os dramas da Stella de “Filhas de Eva”. “Amei o convite para fazer a Stella. Ela é bem diferente de tudo o que fiz na tevê. É uma mulher que acaba de despertar de uma vida em inércia e quer tudo para ontem. O desenho da personagem é incrível e inspirador”, analisa.

Natural do Rio de Janeiro, Renata atravessou gerações e é do primeiríssimo time da dramaturgia nacional há cinco décadas. Pisou pela primeira vez no palco em 1967. Dois anos depois, fez sua primeira aparição na tevê em “Um Gosto Amargo de Festa”, da extinta Tupi. Foi na Globo, entretanto, que ela construiu uma longa e diversificada carreira marcada por trabalhos como “Rainha da Sucata”, “Pedra Sobre Pedra” e “A Indomada”.
Com a arquivilã Nazaré, de “Senhora do Destino”, se viu protagonista de um meme mundialmente famoso e acabou conquistando uma nova geração de fãs. “A tevê sempre me surpreende com o poder que ela tem de envolver as pessoas. Fico muito feliz com a repercussão de um projeto tão representativo como ‘Filhas de Eva’ e também com todo o sucesso que Nazaré fez, faz e ainda fará”, avalia.


As gravações de “Filhas de Eva” terminaram há mais de dois anos, mas só agora a produção foi lançada na tevê aberta. Como você encara voltar a falar desse projeto depois de tanto tempo?

A pandemia meio que atropelou os planos desta obra. A grade da emissora não tinha espaço e foi lançada apenas na Globoplay. A resposta do público da plataforma já foi muito reconfortante e próxima. Estava ansiosa para essa estreia mais ampla e ver a audiência respondendo com tanto entusiasmo foi muito bom, fez jus à qualidade do texto.

Qual você acha que é o diferencial de “Filhas de Eva”?

É uma série muito bem-feita, exemplar no seu processo de construção, com direção, atores, autores, toda a equipe técnica, de criação. A gente trabalhou com tanto prazer e com tanta vontade de fazer, acreditando tanto, que eu tenho certeza de que isso fura a tela da televisão. É muito importante quando você acredita no trabalho que está fazendo. Foi um encontro delicioso com a Giovanna (Antonelli) e a Vanessa (Giácomo).

Você já tinha trabalhado com elas em outras produções. Agora foi mais intenso?

Pois é. Acho que uma série propicia isso. Em novelas a gente mais se cruza nos corredores. A gente já tinha trabalhado juntas, mas não tão próximas. Ficamos bem grudadas, amigas, foi muito bom! As protagonistas formam um mosaico feminino muito interessante e real. A gente aproveitou e se jogou nessas personagens.

Qual sua cena preferida da Stella?

O início já é muito forte. A primeira fala da Stella na série é: “Eu quero o divórcio”. Isso acontece na festa de comemoração dos 50 anos de casamento. E ela diz “não me reconheço mais”. Acho isso tão incrível e importante para as mulheres. Esse episódio da Stella é o que deflagra todas as outras tramas. Stella vai em busca da sua liberdade, dos seus desejos. Ela descobre que um casamento feito o dela, como instituição, não é mais uma opção, como era anos atrás.

Qual a importância de abordar essa “libertação” no horário nobre?

Nós, mulheres, ainda estamos em plena luta para abrir caminhos. Quando Stella, sem planejar, decide se separar, acabando com um casamento de 50 anos, essa libertação vai reverberar em outras mulheres da série – na sua filha, na sua neta – e eu espero que também nas espectadoras. É muito bonito o caminho dela porque, daí em diante, ela vai lutar para se tornar uma mulher atenta, que escuta as vozes livres que ecoam. Vai atrás de novos caminhos, quer ter voz e individualidade para pensar, para se aceitar e rever suas atitudes. É lindo de ver.

Publicidade