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Celebridades

Prova de resistência

Cauã Reymond, que vive o mocinho Caio de “Terra e Paixão”, destaca o ritmo intenso de trabalho

Por CAROLINE BORGES - TV PRESS

06 de dezembro de 2023, às 08h47 • Última atualização em 06 de dezembro de 2023, às 08h48

O dia a dia em um estúdio de tevê pode ser bastante exaustivo. Além da semana recheada de segunda a sábado, os atores também encaram cerca de 10 horas de trabalho por dia. Vivendo o mocinho do horário nobre, Cauã Reymond, que interpreta o bronco Caio de “Terra e Paixão”, conhece muito bem essa rotina exaustiva. O ritmo acelerado da novela de Walcyr Carrasco, no entanto, não tem deixado o ator perder o pique em cena. “A história não para. Tem uma velocidade incrível. São vários acontecimentos ao longo dos capítulos. Não tivemos aquela tradicional fase de barriga. Não senti isso em momento nenhum e acho que estamos cada vez mais conectados com o público”, vibra.

Na história das nove, Caio é filho de Antônio e Agatha, interpretados por Tony Ramos e Eliane Giardini. Com o misterioso sumiço da mãe, ele sempre se sentiu rejeitado e abandonado pelo pai. Se apaixona por Aline, de Barbara Reis, e acaba travando mais uma guerra com o inescrupuloso agricultor. “A chegada da mãe deixa o Caio muito deslumbrado. Ele era bastante rejeitado. Tivemos cenas bem tristes de pai e filho. Estou curioso para onde tudo isso vai caminhar. Animado com todo o sucesso da novela. Adoro fazer o Caio”, aponta.

A trama de “Terra e Paixão” já passou dos 100 capítulos. Como tem sido essa caminhada até o momento?

Está sendo um trabalho ótimo. Fico feliz que a novela está sendo bem-vista pelo público e estamos com bons índices de audiência. A história não para. O Walcyr e a Thelma Guedes oferecem muita velocidade ao enredo. Meu personagem perdeu um irmão, viu a mãe retornar, ganhou outro irmão… Tem muitos mistérios e bons vilões. Não tem barriga, né? Quando se tem uma novela tão longa, geralmente estaríamos em um momento de barriga. Temos um ritmo muito intenso de gravações atualmente nas novelas.

Como assim?

Por exemplo, têm dias que eu gravo três sets em um mesmo dia. Ou seja, você encontra com três núcleos diferentes, três diretores diferentes e três linguagens diferentes. Antigamente, a gente tinha um dia inteiro no mesmo estúdio. E, de vez em quando, você tinha uma externa e mais um estúdio. Mas era bem raro. Hoje é comum ter dois sets no mesmo dia. Isso deixa a gente mais cansado. Além disso, hoje a gente filma de forma cinematográfica. Então, repete a cena várias vezes. Isso mexe com a emoção. Você pode acertar na primeira, mas a segunda já pode dar uma rateada. Hoje nosso trabalho ficou mais cansativo, mas segue igualmente prazeroso.

Esse ritmo intenso de trabalho chegou a afetar você de alguma forma?

Durante a gravação de uma cena mais sensual com a Bárbara, eu estava com sinusite e tomando antibiótico e corticoide. Estava morrendo de frio. A novela vem sendo bem intensa para mim. Teve uma época que tomei antibiótico duas vezes em um intervalo de 11 dias. Mas eu sabia que era importante estar lá como ator. Mas também estava pensando em não pegar sinusite de novo (risos).

Apesar de todos os dramas e romances, o casal Caio e Aline também conta com alguns toques de humor. Como isso surgiu?

Logo na primeira leitura de texto, eu identifiquei algo de Petruchio e Catarina, de “O Cravo e a Rosa”. A direção super endossou. Então, fui me baseando um pouco nisso durante o começo. Principalmente quando havia ainda aquela rejeição da Aline. Inclusive, aquilo de Aline Terra Vermelha surgiu em uma brincadeira durante as gravações. Acabou entrando no texto de forma definitiva. Isso não é uma característica do Walcyr. Mas a gente está tendo a chance de ir criando junto com o desenrolar da trama.

No início da novela, a questão do sotaque foi bastante debatida. Você tem se sentido mais confortável em cena com o trabalho de prosódia?

Faz uns 11 anos que eu não gosto de me assistir. Tenho a tendência também de não ler as coisas sobre mim. Gosto de falar com o pessoal que gerencia minha carreira e eles vão me dando o termômetro das coisas. Logo no começo, eu odiava me sentir inseguro em cena. Ficar pensando se errei o R ou não. A passagem por Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi bastante importante.

Por quê?

Do momento em que eu saia do meu quarto até voltar, eu falava com sotaque. E todo mundo que estava gravando por lá também entrou nesse ritmo. Agora, eu achava que teríamos uma variação grande de sotaque. Porque a gente ficou um bom tempo em Dourados tendo toda essa vivência. Mas uma parte do elenco fez o trabalho de prosódia apenas aqui no Rio. Ia ser diferente de quem passou um mês em Dourados, né? Acho que agora estamos todos mais homogêneos.

Desde sua estreia em “Malhação”, você já acumulou pouco mais de 20 anos diante das câmeras. Qual o balanço que você faz dessa jornada até aqui?

Fui amadurecendo muito ao longo dos anos. Sou dedicado e apaixonada pelo que faço. Sou comprometido. Fui desenvolvendo cada vez mais a possibilidade de buscar personagens diferentes. Fiz novela, cinema e, nos últimos anos, algumas séries. Acho que agora estou explorando outras capacidades além da versão como ator.

Como assim?

Estou desenvolvendo uma série chamada “Mata-Mata” dentro da Globo para o Globoplay. Já produzi alguns filmes. Eu amo essa carreira e não quero ficar parado ou só como ator. Ao longo desses últimos anos, eu também pude ir escolhendo os personagens que queria fazer. Isso é um grande presente. Não é algo tão comum.

“Terra e Paixão” – Globo – De segunda a sábado, às 21h30.

Foco certo

Enquanto gravava “Terra e Paixão”, Cauã estava totalmente alheio ao mistério que envolvia o retorno de Agatha ao enredo das nove. O ator, inclusive, descobriu quase junto com o público que Eliane Giardini iria entrar na novela. “Não sabia que ela iria fazer minha mãe. Tenho um carinho enorme por ela. Trabalhamos juntos em ‘Avenida Brasil’ e ‘Dois Irmãos’. Em ‘Dois Irmãos’, ela também fez minha mãe. Foi um trabalho especial”, explica.

O ator confessa que, durante seus trabalhos, tenta manter 100% de seu foco no dia a dia de gravações. “Faço uma preparação longa e intensa. Às vezes, por conta própria. Sou um instrumento de trabalho. Quando o barco zarpa, eu vou seguindo o fluxo”, ressalta.

Ao lado dos ídolos

O trabalho em “Terra e Paixão” é intenso. Mas Cauã também abre espaço para admirar seus colegas de cena nos estúdios. Como é o caso de Tony Ramos, que interpreta o vilão Antônio La Selva. “Ele é um super ator. Um exemplo para todos nós. Um dia tínhamos estúdio marcado para 8h30, mas viemos de uma noturna. Ele já estava todo ativo de novo e eu precisando de um café (risos). Está todo mundo cansando. A gente trabalha pra caramba. São 11 horas de trabalho, mas somos apaixonados pelo que fazemos”, valoriza.

Instantâneas

Por conta da carreira de modelo, Cauã chegou a morar em Paris e Milão.

Cauã é praticante de jiu-jítsu.

No Instagram, ele reúne quase 15 milhões de seguidores.

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