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Celebridades

Prazer em ver

Após a reprise de “Fina Estampa”, Malvino Salvador se mantém no ar na edição especial de “Haja Coração”

Por Caroline Borges / TV Press

29 de dezembro de 2020, às 08h33

Muitos são os elementos que formam o projeto de uma novela. Além da sintonia entre autor e diretor, o folhetim também precisa de um elenco e uma equipe técnica afinados. Não à toa, Malvino Salvador gosta de ressaltar que todo início de uma trama é um verdadeiro tiro no escuro. Ao dar os primeiros passos no “set” de “Haja Coração”, o ator não precisou de muito tempo para perceber que o enredo de Daniel Ortiz iria alcançar uma alta repercussão entre o público.

“Novela é uma incógnita. A gente nunca sabe se vai dar certo ou não. ‘Haja Coração’ foi um sucesso, deu muito certo. Era um trabalho muito prazeroso para mim. Todo mundo estava muito satisfeito com seus personagens. O Daniel distribuía muito bem as tramas. Tudo isso era um motivador enorme ao longo das gravações”, valoriza, o ator, que tem a chance de rever o esquentado Apolo na edição especial da novela.

Depois de mais de 15 anos na emissora, Malvino Salvador não teve seu contrato renovado com a Globo – Foto: Divulgação – Globo

Natural de Manaus, no Amazonas, o ator de 44 anos chegou ao universo artístico por acaso. Em sua cidade natal, ele trabalhava como atendente de banco, e à noite estudava Ciências Contábeis na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Após uma repentina oportunidade em São Paulo, o ator viu seu caminho profissional mudar radicalmente.

“Virei ator de uma hora para outra. De repente, estava fazendo uma peça profissional e, três anos depois, estava fazendo novela. Eu aprendi a fazer televisão fazendo mesmo”, relembra Malvino, que estreou na tevê em “Cabocla”. “Foi um trabalho que eu estava com o Fred Mayrink (diretor de ‘Haja Coração’). Já trabalhei com ele diversas vezes. O Fred tem uma capacidade de unir o elenco”, completa.

Como você recebeu a notícia da reprise de “Haja Coração”?
Salvador Eu fiquei feliz porque é uma novela solar, divertida e leve. E é tudo o que estamos precisando neste momento. Tivemos um ano complicado, uma realidade difícil para enfrentar, e essa novela vem como um respiro no meio de tantas notícias pesadas. É uma história de amor e com humor.

De que forma o Apolo impactou na sua trajetória profissional?
Apolo foi um personagem que gostei muito de fazer. Ele é um cara do bem, honesto e apaixonado. E, apesar de ser bruto, tem um coração gigante. Se ele fosse real, com certeza, eu seria amigo do Apolo. É um dos personagens que eu guardo com carinho nesta minha trajetória de 16 anos de tevê. O envolvimento dele com a Tancinha era muito bem escrito. Também tinha a competição de corrida que foi algo incrível de fazer. No começo, eu nem sabia como faríamos essas sequências na pista. Foi uma escolha muito acertada de elenco, equipe e direção.

Apolo é um personagem emblemático e que nos anos 1980 foi marcado pela interpretação de Alexandre Frota em “Sassaricando”. O trabalho dele foi, de certa forma, referência para você ou preferiu não rever?
Assisti à novela na época e me divertia muito com Tancinha e Apolo. Lembro que eu gostava da Fedora também. Fiquei feliz de integrar o elenco de um “remake” de uma produção que eu já tinha visto e gostado. Mas, apesar de a trama ser inspirada em “Sassaricando”, o Daniel (Ortiz) fez uma releitura e criou a própria história. Eu optei por criar o Apolo a partir do que ele escreveu. Então busquei referências no texto e em coisas que eu julgava importantes para o meu processo de composição.

Como assim?
Mesmo que a novela fosse um texto original, a melhor coisa para o ator é construir seu próprio repertório. Como intérpretes, a gente usa recursos que acumulamos ao longo da nossa vivencia e história. Nada melhor do que usar isso a nosso favor. Como não quis ver nada quando comecei a compor, me inspirei no texto e, principalmente, nas relações do Apolo com os outros personagens. É assim que sempre costumo fazer. Fico pensando qual é a proposta do personagem, sonhos, o que ele passou. Tudo isso para encontrar essa personalidade. Vou apostando em alguns detalhes ao longo da história. Gosto mesmo de começar a criação do zero.

Quais lembranças você ainda carrega daquele período de gravações?
Foi uma novela leve de ver e de fazer. Nossos bastidores eram ótimos, com um elenco afinado e muito bem-humorado. Era um prazer ir para o set gravar, porque sabia que teria um dia bom com os meus colegas. Lembro quando fomos gravar a primeira cena de corrida, quando o Apolo virou piloto, fui dar uma voltinha em um daqueles carros de corrida com um piloto profissional. O coração veio na boca! Foi um trabalho que, quando terminou, deixou saudade. Lembro que eu achava o Balda (João Baldasserini) muito engraçado. Só de olhar para a cara dele, eu ria.

Além da reprise de “Haja Coração”, você também esteve no ar na edição especial de “Fina Estampa”. Você tem o costume de rever seus antigos trabalhos?
Essas reprises carregam um certo distanciamento. Quando estamos gravando, são poucos dias entre a gravação e o dia que a cena vai ao ar. Então, é difícil ter um desprendimento do que você criou e da expectativa que você tem naquele trabalho. Eu sempre me surpreendo revendo meus trabalhos. Às vezes, inclusive, fico puto com meu desempenho (risos). Mas também gosto de outras coisas que vejo. Acho que vim melhorando com o tempo. Tem muita coisa que eu errava nas novelas mais antigas. Hoje, acho que sou mais assertivo nas novelas. Não me incomodo de ver cenas que eu errei. É algo que foi e não volta mais.

A trama de “Haja Coração” foi exibida há quase cinco anos. Os assuntos da novela ainda são atuais?
Claro. Acho que as temáticas abordadas são muito embasadas nas relações humanas. Essas relações existem até hoje. Por isso, eu acho que essa novela ainda vai tocar o público do mesmo jeito que tocou na exibição original. Até hoje, existem pessoas com aquele jeito e aqueles perfis. A novela segue muito atual.

Um homem de negócios. A tevê foi responsável por catapultar Malvino Salvador entre o grande público. O ator, porém, também buscou investir em outras áreas além do vídeo. Ele mantém negócios em diferentes ramos, como a gastronomia e área “fitness”. Por isso, assim que as primeiras medidas de isolamento foram anunciadas, Malvino viu sua rotina mudar. “Eu estava trabalhando bem mais do que em tempos normais de pré-isolamento. Tive de me readaptar a esse novo momento”, explica.

Malvino é sócio de uma academia de jui-jítsu ao lado da esposa, a lutadora Kyra Gracie. No início, o ator passou por todas as incertezas geradas pelo isolamento social forçado. Para driblar o período com os negócios fechados, ele investiu em plataformas “online”. “A gente não sabia como seria, se teríamos algum benefício do governo. Já pensávamos em diversificar nosso negócio de forma online, mas era um projeto para daqui a um ano. Conseguimos antecipar tudo e dar a volta por cima. O nosso trabalho seguiu de outra forma”, afirma.

Convivência maior. Gerenciar os negócios na pandemia não foi a única tarefa de Malvino Salvador. O ator também ficou responsável por cuidar do “homeschooling” das filhas. Ele é pai de três meninas: Sofia, de 11 anos, Ayra, de 5, e Kyara, de 3 a mais velha, fruto de um antigo relacionamento do ator. “Eu tinha de passar todo o conteúdo com elas, principalmente, para Ayra, que está num processo de alfabetização. Eu levava mais de três horas para passar tudo”, aponta.

Durante a quarentena, Malvino e Kyra ainda foram pegos de surpresa por uma gravidez inesperada. O casal está à espera do terceiro filho, dessa vez de um menino, que se chamará Rayan. “Essa pandemia desestruturou tudo. A tabelinha que a gente controlava veio por água abaixo. Na hora que vimos, já era”, ressalta.

Instantâneas

  • Apesar do fim do vínculo de contrato com a Globo, o ator já está escalado para um próximo projeto. Ele fará uma participação especial na temporada de “Malhação: Transformação”. A novela adolescente foi adiada por conta da pandemia.
  • O último trabalho do ator na tevê foi em “A Dona do Pedaço”.
  • Em outubro, Malvino revelou que foi diagnosticado com Covid-19. O ator já está totalmente recuperado.

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