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Celebridades

Paixão antiga

Em “Terra e Paixão”, Tony Ramos reforça seu amor pelas novelas na pele do amoral Antônio La Selva

Por CAROLINE BORGES_TV PRESS

14 de maio de 2023, às 11h45

Tony Ramos é fiel. Com 60 anos de carreira, o ator tem uma trajetória longeva na tevê, no cinema e no teatro. Mas foram as telenovelas que deram ao cidadão mais ilustre de Arapongas, no Paraná, um alcance gigantesco entre o público. Não à toa, mesmo diante das mais crescentes e inventivas séries e minisséries, as novelas permanecem como a grande fonte de prazer do ator. E, atualmente, todo esse deleite se renova através do ambicioso Antônio La Selva, de “Terra e Paixão”, da Globo.

“Gosto muito de fazer novela e nunca escondi isso. Mas é fundamental que o autor respeite o folhetim nas novelas. Essa estrutura, inclusive, você encontra nas aclamadas ‘Breaking Bad’, ‘The White Lotus’ e ‘Succession’. Quem fica? Como fica? Como será? Como termina? Tudo isso é folhetim”, explica o ator.

Na história escrita por Walcyr Carrasco, Antônio La Selva é o maior produtor rural da região, dono de terras a perder de vista. É um homem autoritário e irascível. Foi muito apaixonado por Agatha, mãe de Caio, papel de Cauã Reymond, e culpa o menino pela morte da mãe no pré-parto. É casado com Irene, de Gloria Pires, com quem tem dois filhos, Daniel e Petra, interpretados por Johnny Massaro e Debora Ozório. Ela tenta manipulá-lo em favor dos próprios filhos.

“A novela começa mostrando toda essa ambição desmedida desse homem. É um homem politicamente incorreto”, afirma Tony, que também pode ser visto numa participação na série de humor “Encantado’s”.

Em “Terra e Paixão”, Antônio La Selva é o protagonista de atitudes imorais e até assassinas. Mas, em “Encantado’s”, Tony Ramos encara um vilão mais leve. Madurão é o grande antagonista de Eraldo e Olímpia, vividos Luís Miranda e Vilma Melo. O bicheiro quer comprar o supermercado dos irmãos para construir um cassino clandestino. O ator, porém, aproveita da carga de humor da série para aliviar a vilania do personagem. “Apesar de haver um drama embutido, há um humor claramente explícito. O humor mascara um pouco a vilania tradicional de suspense, mas não deixa de ser vilania. O que mostra a série é que a vilania pode ter muita simpatia, muita tranquilidade por trás. Naquele humor e naquela ‘bondade’ escondem-se grandes e perigosos planos”, defende.

A trama de “Terra e Paixão” marca seu retorno ao horário nobre após “O Sétimo Guardião”, que foi ao ar em 2018. De que forma o texto de Carrasco chamou a sua atenção?

Existe uma importância fundamental de novelas falarem sobre vários assuntos. Como toda boa telenovela, vamos abordar o triangulo mágico da ficção: amor, paixão e suspense.

Como assim?

Esse triângulo pode ser retratado numa plataforma de petróleo, num escritório de advocacia, numa escola… Em “Terra e Paixão”, no caso, será no universo rural. Esse universo é muito rico porque serviu para as maravilhosas “Pantanal”, “Mar do Sertão” e agora irá servir para a nossa novela. Então, temos a história do Antônio La Selva e de outros personagens permeadas por esse triângulo. Esse triângulo permite que esse homem severo e politicamente incorreto seja corrigido. Vamos ter ainda muitas surpresas e mistérios que envolvem o personagem.

Essa alta carga de segredos e mistérios deixa o personagem mais atrativo?

Sim. Essa novela, na verdade, tem um dos maiores agrupamentos de mistérios por personagem que eu já encontrei. Os mistérios que envolvem a Irene, por exemplo, são surpreendentes. Eu já fiz várias novelas. Acho que passo dos 50 folhetins. Mas um grande folhetim/novela passa sempre por isso: amor, paixão e suspense. Tudo isso envolvido por situações policialescas, tragédias, humor… Esse suspense é que vai nos envolvendo.

O Antônio La Selva é um personagem amoral e controverso. Como isso será abordado ao longo dos capítulos?

O Antônio aumentou a fortuna da família que começou na geração do avô, é um homem de muitas ambições, até desmedidas. Ele se preocupa com a família, prega sempre a união, mas de uma forma muito, muito controversa. Porque, na verdade, é homem muito preocupado com o legado dele, o que vai deixar pra família no futuro. Tem uma relação conturbada com o filho mais velho. É um personagem sem afeto, sem toque, voltado para o trabalho.

Junto com a estreia de “Terra e Paixão”, você também está no ar em “Encantado’s”. Estava com saudade de fazer humor na tevê?

O humor é parte importante da minha carreira. Estou sempre pronto a fazer humor ou textos que, de alguma forma, discutam situações de comportamento em que o drama está presente. A cada cena, a cada bloco, eu fui surpreendido por novos estímulos que as autoras me deram. O humor é um instrumento poderoso de reflexão.

De que forma?

Humor, mas um humor com reflexão, é o que eu mais gosto. Sempre que você faz rir, mas após rir, diz “Pera aí, eu já vi alguém assim ou uma situação assim”, sem dúvidas é porque o humor funciona. O humor é um pouco sobre a gente expiar nossos ridículos e, também, criticar situações que o ser humano tem de enfrentar no cotidiano. Eu acho “Encantado’s” um belo espetáculo, uma grande diversão e muita reflexão.

O Madurão é um personagem de muita composição. O que foi mais desafiante nesse processo de construção?

Tudo é desafiante para mim fazendo o Madurão: a sua postura, a sua estética. É um personagem surpreendente com a estética porque ele é vaidoso; onde tem cabelo, ele puxa, estica, tinge. É uma vaidade absoluta. Cuida das unhas quase diariamente. Isso é desafiador para mim porque eu não tenho nada disso. Mas aí é que está o interesse do exercício.

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