26 de julho de 2024 Atualizado 20:37

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Celebridades

Jornada de sucesso

“Fim” surpreende com atuações e caracterização impactantes em trama que se passa ao longo de quatro décadas do Rio de Janeiro

Por MÁRCIO MAIO - TV PRESS

25 de novembro de 2023, às 20h14 • Última atualização em 25 de novembro de 2023, às 20h15

A minissérie “Fim”, que estreou no último dia 25, no Globoplay, parecia aquele tipo de projeto que, apesar expectativas depositadas nele, tinha tudo para não ser feito. A obra é baseada no livro homônimo de Fernanda Torres, criadora e roteirista da série. A vontade de levar a obra de 2013 para o audiovisual era antiga, mas as gravações começaram apenas em 2020. E foram interrompidas com apenas oito dias de trabalho, em função da pandemia do novo coronavírus. A retomada veio dois anos depois, em 2022. Aí, sim, em 14 semanas, os trabalhos com o elenco foram concluídos, para a sorte dos telespectadores. Hoje, o resultado é sem dúvidas um dos melhores lançamentos nacionais recentes do streaming.

A trama se passa ao longo de mais de quatro décadas. Mais precisamente, de 1968 até 2012. O primeiro episódio, porém, mescla sequências do fim da década de 1960 com meados dos anos 1990. Ou seja, apesar de ter quatro fases distintas, a apresentação delas não necessariamente se dá de forma linear. E esse ir e vir entre passado e um suposto presente se faz necessário ali, para começar a entender os sentimentos e as frustrações de boa parte dos personagens.

Chama atenção em “Fim” a caracterização do elenco. Exceto um ou outro nome, quase todos parecem críveis nas faixas etárias em que se enquadram — eles começam perto dos 30 anos e, pelo menos aqueles que sobrevivem, terminam na faixa dos 70 anos. O mesmo se aplica à direção de arte, ambientando bem cada fase da história com elementos que remetem à época contada.

Apesar do elenco de peso que Fernanda Torres conseguiu para contar sua história, os episódios iniciais dão a Fabio Assunção e a Marjorie Estiano o posto de protagonistas – o que pode ser mudado até o final da história, já que cada um ali tem características importantes e espaço para se destacar. Fabio dá vida a Ciro, um personagem que já aparece em seu leito de morte. É um tipo pelo qual o espectador tende a se apaixonar de cara, mas informações que vão chegando mesmo nos primeiros minutos da série são capazes de fazer o público repensar essa empatia inicial.

Já Marjorie é Ruth, a mulher dele – na verdade, ex-mulher, que sequer faz questão de marcar presença no enterro do sujeito. Trata-se de mais uma interpretação marcante da atriz, que ao longo dos anos se tornou expert em encarnar mulheres com cargas fortes de drama. E, de quebra, ainda dá para se deliciar com o talento vocal que a também cantora ostenta. Quando Ciro a vê pela primeira vez, ela está em uma festa, cantando com amigos em uma roda de violão. A canção é “Divino, Maravilhoso”, eternizada na voz de Gal Costa e composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil, lançada em 1969 – tudo a ver com o período retratado naquela fase. E, talvez, tudo a ver também com a própria história do casal, já que o passar dos anos e os percalços da vida, ao que parece, roubaram a paixão arrebatadora que marca o começo de “Fim”.

“Programa do João” – Band – Sábados, às 20h30.

Publicidade