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ENTREVISTA

Explosão de sentimentos

No ar em “Cara e Coragem”, Marcelo Serrado exalta volta aos estúdios na novela das sete

Por CAROLINE BORGES - TV PRESS

24 de junho de 2022, às 16h46 • Última atualização em 24 de junho de 2022, às 16h47

Novela não é necessariamente uma produção estática e inacessível. Marcelo Serrado, que está no elenco de “Cara e Coragem”, acredita bastante na ação e reação da tevê. Ao dar vida ao gente-boa Moa, o ator de 55 anos trabalhar para instigar o público nas mais diversas emoções a cada novo capítulo do folhetim das sete. “A gente tem muito o amor impossível, né? Queremos que o público sinta isso, torça por esse amor. Por isso, estamos construindo essas relações com muita delicadeza para que sejam verdadeiras. Nada é ‘fake’ nessa novela. O público tem de se envolver e torcer pelo Moa e a Pat”, valoriza.

Na história assinada por Claudia Souto, Moa, na verdade, é o dublê de ação Moacyr Figueira. É amigo e parceiro profissional de Pat, papel de Paolla Oliveira, mas esconde uma paixão secreta pela amiga, que é casada com Alfredo, de Carmo Dalla Vecchia. Ao lado de Pat, ele investiga a morte misteriosa de Clarice, interpretada por Taís Araújo. “O Moa está conectado em três caminhos. Tem a Pat, que é a grande parceira dele, precisa lidar com o retorno da ex-mulher e ainda tem o envolvimento com a Andrea Pratini (Maria Eduarda de Carvalho), que é uma atriz muito famosa. São três relações bem diferentes entre si, mas críveis”, defende.

A trama de “Cara e Coragem” é seu segundo trabalho com a autora Claudia Souto, que também assinou o texto de “Pega-Pega”. O que chamou sua atenção na nova história das sete?

É um prazer voltar a trabalhar com a Claudia. Essa novela tem algo que foge um pouco das demais novelas das sete. É um novelão, mas é um novelão de verdade. Nada é fake. Tem muita ação, diversão, humor, romance. É legal que tenha um núcleo de humor? Sim, claro, mas também há humor em todos os personagens. A relação da Pat e do Moa tem um toque de humor. A relação do Moa com a ex-mulher também carrega uma dose de comédia, a relação do Moa com Andrea Pratini… Essas relações têm humor, mas têm drama. A Claudia não escreve uma coisa só, mas algo bem abrangente. Além disso, ainda tem a Paolla Oliveira pulando de um prédio de 10 andares. Não é algo bem diferente? (risos). É muito bom falar de coragem.

Por quê?

Depois de tudo que enfrentamos e estamos enfrentando ainda, é muito simbólico falar de coragem. Além disso, outro dia mesmo estava falando sobre a coragem da nossa profissão. É preciso muita coragem para encarar essa jornada. Quando a gente está começando, sempre escuta: “Qual vai ser seu plano B?”. Não existe plano B. O plano B significa que você já está assumindo que não vai dar certo. A verdade é que já deu certo, vai dar certo. E mesmo que não dê certo, já deu de qualquer forma só ao tentar.

Na história, o Moa e a Pat são melhores amigos e parceiros profissionais, mas também contam com uma paixão incubada. Como esse amor irá se desenvolver ao longo da novela?

É meio que um amor impossível, né? Na vida temos esse amor que a gente acha que não é o momento certo para viver. Isso é muito bem colocado na novela. Eles têm uma relação meio de gato e rato. Acho legal isso, do amor impossível ou mais difícil. Acho que isso dá ferramentas para o público ir acompanhando o crescimento desse amor e ir torcendo com o avançar da novela. A gente quis uma construção bem delicada para que seja crível. O amor da Pat e do Moa é impossível naquele momento, mas completamente possível em outra hora.

Como assim?

Tudo conspira contra o amor da Pat e do Moa nesse momento da novela. Ela é casada, um casamento feliz e estruturado. Ele tem um filho, é pai solteiro, tem o fantasma da ex-mulher que retornou para brigar pela guarda da criança. Acho que não há espaço para esse amor no momento. Além disso, a ex é casada com o ex-melhor amigo dele. Uma confusão, né? Acho muito interessante essa questão do pai solteiro. Um pai que cuida do filho, contemporâneo.

A trama de “Cara e Coragem” apresenta o universo dos dublês de ação. Como você tem lidado com as sequências mais radicais do Moa?

Eu tenho tentado fazer o máximo possível em cena. A Paolla se joga mesmo, não quer nem saber. Eu tenho um pouco de medinho. No primeiro capítulo, tinha uma cena que era preciso cair de um contêiner. Chegou na hora de gravar, deu um medo. Não nego, mas ela (Paolla) falou pra ir e eu tive de ir, né? Temos uma equipe muito parceira e profissional nos acompanhando de perto. Eles estão sempre ao nosso lado. É muito legal poder acompanhar o trabalho desses profissionais mais de perto.

Sua visão sobre a profissão mudou de alguma forma?

Acho que mudar, não. Sempre tive um respeito enorme pela profissão de dublê. É uma galera que se arrisca pela gente. No entanto, mais do que nunca, tenho ainda mais respeito. Comecei a perceber coisas novas. Estava gravando uma cena e o Moa falava onde entrava o ator e onde entrava o dublê na sequência. É legal poder perceber esses detalhes. É bom poder vivenciar isso de forma tão intensa. Esses dublês são incríveis e vão com a gente até dezembro. Os caras são demais.

Recentemente, você esteve no ar com a edição especial de “Pega-Pega”. Como foi rever esse trabalho novamente no horário das sete?

O Malagueta foi muito importante para mim, ele é divertido. Guardo de recordação dele a risada, lembro muito dela. Da novela, sabe aquele trabalho que você vai gravar feliz? Você vai para o estúdio feliz, quer chegar logo para gravar as cenas e se divertir. Lembro daquele elenco maravilhoso. Somos amigos até hoje.

Feliz parceria

A trama de “Cara e Coragem” levou Marcelo Serrado para um lugar conhecido em cena. O ator voltou a contracenar com Mariana Santos, que vive a elegante Rebeca. Os dois, que encaram um ex-casal na atual trama das sete, viveram os apaixonados trambiqueiros Malagueta e Maria Pia em “Pega-Pega”. “Antes, a gente fazia par romântico. Agora as coisas são diferentes. É a ex-mulher do Moa, os dois têm um filho e um passado complexo. São cenas dolorosas, de embate. Eles terão muitas discussões e brigas pelos capítulos”, explica.

A parceria de sucesso em “Pega-Pega” rendeu muitos frutos para a dupla de atores. Após o folhetim, os dois apresentaram o inédito “Espaço Para Dois”, do GNT. “A Mariana é uma atriz incrível. É sempre ótimo trabalhar ao lado dela. Ela tem uma potência e uma verdade cênica. É um encanto. Estou muito feliz de estar perto dela novamente”, valoriza.

Trabalho de união

Após quase dois anos de incertezas por conta da pandemia de Covid-19, Marcelo Serrado encara com bastante leveza o trabalho em “Cara e Coragem”. De volta ao “set” da novela, ele valoriza o encontro e reencontro com os colegas de profissão. “É um privilégio contracenar com essa galera. Temos uma energia incrível no ‘set’. É prazer poder encontrar essa galera todos os dias no elenco. Estamos muito bem capitaneados pela Natália (Grimberg, diretora) e a Claudia Souto”, elogia.

Mesmo com o recente aumento de casos da doença, o ator ainda valoriza a união do elenco durante todos os momentos de gravação da novela. “Tem muito aquele clima de trupe de teatro. É muito legal mergulhar em um trabalho que todos estão com a mesma energia para fazer dar certo. A história é muito boa, né? Todo mundo tem seu espaço, seu momento para humor, drama, romance…”, ressalta.

Instantâneas

O ator estava no elenco da nova temporada de “A Divisão”, mas, por conta das gravações da novela, precisou deixar o projeto, sendo substituído por Marcelo Adnet.

Marcelo é formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, famosa escola de teatro localizada no Rio de Janeiro.

O ator participou da série americana “Jugar con Fuego”, baseada na minissérie brasileira “Amores Roubados”.

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