Assistir às reprises de “Fina Estampa” e “Malhação – Viva a Diferença” durante a pandemia deixou Carol Macedo extremamente saudosa dos estúdios de tevê. Com boa parte das produções suspensas por conta do alto número de casos e óbitos, um possível retorno aos trabalhos parecia um sonho distante. No início de 2021, o convite para participar de “Quanto Mais Vida, Melhor!” acendeu para a atriz uma luz no fim do túnel. Mesmo ainda reticente, Carol gostou da proposta e acertou sua presença na trama.

“Estava tudo ainda bem conturbado e todo mundo ainda apreensivo em relação ao futuro e de como seria gravar novamente. Porém, por já ter trabalhado com os diretores e o produtor de elenco da novela, sabia que, por mais que a gente estivesse vivendo um momento delicado, teria todo o suporte necessário para voltar à rotina de gravações”, defende.

Seguindo protocolos de segurança anteriormente inimagináveis, ela voltou aos Estúdios Globo para dar vida à versão jovem de Rose, uma das mocinhas da história, vivida por Bárbara Cohen. Por dividir o papel ao longo de toda a trama, que utiliza muitos “flashbacks” e elementos de fantasia no roteiro, Carol tratou de criar logo de se aproximar de Bárbara, para garantir a unidade de atuação entre as duas.

“Não seria só uma participação nos primeiros capítulos. Então, era essencial que a gente construísse esse papel de forma conjunta e seguindo pelo mesmo caminho”, avalia. Antes mesmo de começar sua participação, Carol acompanhou as gravações das cenas iniciais da novela de forma minuciosa, atitude que a deixou mais segura para fazer as suas cenas. “Eu não conhecia a Bárbara pessoalmente. Por sorte, a gente se deu bem e quis acompanhá-la em alguns momentos, justamente para poder observá-la melhor nos trejeitos, sotaque e postura e assim trazer essas referências para a minha Rose”, detalha.

Já mais íntima do papel, Carol se empolgou com suas primeiras cenas para a trama. Como Rose é uma ex-modelo de sucesso, a atriz viajou no tempo ao interpretar o início da carreira da personagem. “Foi minha primeira vez dando vida a uma top model, o que me fez voltar aos tempos em que desfilava para marcas juvenis. Fiz isso durante toda minha infância e adolescência e foi gostoso reviver essa experiência agora, em outro momento da minha vida”, emociona-se.

Embora mais lenta por conta dos protocolos de saúde, a rotina da atual novela das sete não ficou à mercê da audiência e teve menos pressão que o habitual. Sempre muito crítica com seus desempenhos, a atriz teve de se adaptar ao novo modelo. “Quando as gravações acontecem com a novela no ar, é possível fazer alguns ajustes com o que não está tão bom. Tenho o olhar clínico para todas as minhas cenas para ver no que posso melhorar. Desta vez, tive de confiar na minha intuição e na direção de que tudo estava ficando bom”, ressalta.

Natural de São Paulo, sem qualquer pressão ou influência, Carol decidiu, aos sete anos, que queria aparecer na tevê. A certeza precoce fez com que sua mãe procurasse uma agência de talentos infantis. Em pouco tempo, ela já estava trabalhando em comerciais, desfiles e fotos. O passo seguinte foi estudar Artes Cênicas, aos 15 anos.

“Fiz aulas de atuação com a Cininha de Paula, ‘workshop’ com o Beto Silveira e estudei na escola do Wolf Maya. Entre muitos testes, recebi muitos ‘nãos’. Mas sempre tive o apoio dos meus pais”, lembra a atriz, que estreou na Globo na dramática “Passione”, exibida em 2010. Aos 28 anos e com tramas como “Em Família”, “O Tempo Não Para” e o recente “remake” de “Éramos Seis” no currículo, Carol acredita que o resultado de toda sua insistência na carreira de atriz é muito positivo.

“É um ambiente de muita pressão e concorrência. É preciso muita dedicação para conquistar um espaço e, aos poucos, fui construindo uma relação muito bacana com a televisão. Não posso reclamar desses 12 anos no vídeo”, destaca a atriz que, atualmente, vive intensamente o papel de noiva e está focada nos preparativos de seu casamento com o diretor de Marketing da Warner Music, Rafael Eboli.