Esportes da região
Vereadores debatem tombamento de estádio com uniforme do União
Estádio foi arrematado por R$ 11,3 milhões em leilão devido a processos trabalhistas; defesa dos compradores discursou, mas foi vaiada
Por Gabriel Pitor
29 de setembro de 2023, às 08h39 • Última atualização em 29 de setembro de 2023, às 14h41
Link da matéria: https://liberal.com.br/esporte/esportes-da-regiao/vereadores-debatem-tombamento-de-estadio-com-uniforme-do-uniao-2033589/
A audiência pública da Câmara de Santa Bárbara d’Oeste, realizada nesta quarta-feira (27) com o objetivo discutir o possível tombamento do estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães, ficou marcada por execução do hino do União Barbarense, vereadores uniformizados e clima de arquibancada no plenário, com a presença de torcedores.
Muitas vezes os unionistas eram inflamados pelos próprios vereadores, entre eles o presidente da Casa, Paulo Monaro (MDB), e Carlos Fontes (União Brasil), que durante o encontro disse que a intenção era “não deixar que o pessoal de Americana venha acabar com o campo do União Barbarense”.
O estádio foi arrematado por Luís Antônio Penteado e Vitor Rosolen dos Santos, em dezembro de 2021, por R$ 11,3 milhões em leilão devido a processos trabalhistas. Segundo o advogado Thiago de Souza Rino, que representa 44 credores, nenhum foi convidado para a audiência. Já o advogado de defesa dos compradores, Cláudio Melo da Silva, discursou por cerca de 10 minutos e foi vaiado.
Para sustentar a possibilidade de tombamento do estádio, os vereadores convidaram Simone Scifoni, integrante do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
Na apresentação, Simone lembrou de eventos e jogos que foram realizados na praça esportiva para argumentar sobre a importância do local aos barbarenses.
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Ela ainda disse que estádios como o Pacaembu, o Conde Rodolfo Crespi, do Juventus, e o Nicolau Alayon, do Nacional, todos de São Paulo, foram tombados por conta da interpretação de que o patrimônio tem relação com a cultura e a identidade de uma cidade.
Ao LIBERAL, Cláudio reconheceu que há possibilidade do tombamento acontecer, embora os argumentos utilizados são sobre a importância do União Barbarense — e por isso o clube deveria ser tombado como imaterial, e não o estádio.
O advogado ressaltou que caso o processo seja concretizado, a defesa dos compradores irá recorrer.
“Os arrematantes não querem acabar com a história do clube, mas tem interesses opostos que são as ações trabalhistas, pessoas que precisam receber”, ponderou.
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Em reunião realizada em junho de 2023, o Codepasbo (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Santa Bárbara d’Oeste) decidiu que o Antônio Guimarães não reúne elementos que fundamentassem o tombamento, já que “não apresenta valor arquitetônico”.
O procedimento tem sido encarado por torcedores e vereadores como a tentativa de salvar a demolição do estádio, já que o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Lelio Bentes Corrêa, rejeitou um pedido do União para anular a venda do local.
O clube apresentou um último recurso solicitando que a decisão seja analisada por um conjunto de ministros da corte superior, ainda sem definição.