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Cultura

Gentili se compara a Simonal: ‘O que fizeram com ele fazem comigo todo mês’

Por Agência Estado

03 de janeiro de 2021, às 15h43 • Última atualização em 03 de janeiro de 2021, às 17h36

Danilo Gentili se comparou ao cantor Wilson Simonal ao falar sobre sua trajetória em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. no último dia 28 de dezembro.

“Wilson Simonal foi o primeiro ‘cancelado’ do Brasil. Para valer, porque não tinha internet na época. A mesma coisa que fizeram com o Simonal, fizeram comigo todo mês. Por sorte, eu tenho internet hoje e dá para você ir lá e falar”, comentou.

Em entrevista recente ao Flow Podcast, o humorista também citou o cantor e definiu-o como “Frank Sinatra brasileiro”: “mas ele era negro, pobre e militar”.

“Wilson Simonal foi, provavelmente, o maior showman que já existiu no Brasil. Diferente do Roberto Carlos, ele chamava muito mais atenção lá fora, porque era negro. Você olhava para ele, era um cara que cantava e dançava como ninguém”, prosseguiu.

Gentili ainda recomendou o documentário Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei e criticou a postura de diversos artistas em relação a Wilson à época da ditadura.

Wilson Simonal

Durante o período militar, acreditava-se que Wilson Simonal teria sido delator e entregado amigos ao Dops Departamento de Ordem Política e Social, o que se descobriu não ser verdade anos depois.

O cantor, porém, é acusado de ter mandado dois colegas do Dops para “pegar” Raphael Viviani, um ex-contador que despertou sua ira ao processá-lo por questões trabalhistas em 1971.

Depois de tentarem arrancar sua confissão a socos, eles trouxeram um telefone com fios desencapados. Enrolaram as pontas nos dedos de Raphael, colocaram outra em sua língua e giraram a manivela até seu corpo se contorcer com a descarga elétrica.

Como ainda assim não confessava o roubo, conforme conta o próprio Viviani no raro depoimento colhido pelo documentário Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de 2009, passaram a ameaçar sua família.

Sua resistência então baixou e ele decidiu criar uma história coerente e assinar a confissão. Simonal, conforme diz, esteve no Dops e viu seu estado. “Mas como ele não teve pena de mim, eu jamais tive pena dele”.

Assista à íntegra da conversa com Danilo Gentili clicando aqui.

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