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Cultura

‘Gênesis’: evolução seriada

Dividida em sete fases, trama da Record ganha dinamismo com ritmo acelerado na história

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24 de fevereiro de 2021, às 15h34 • Última atualização em 24 de fevereiro de 2021, às 16h26

Assim que “Gênesis” estreou na grade da Record, criou-se uma expectativa a respeito de como se dariam as passagens de tempo na nova produção bíblica da emissora. Afinal, serão sete fases diferentes, retratando os primeiros 2.300 anos da humanidade na visão criacionista. Agora, há um mês no ar, o folhetim já está em sua quarta fase, que começou no capítulo 13 da história. Um ritmo um tanto acelerado, é verdade. Mas que trouxe dinamismo, dando até um ar mais de série do que de novela à produção.

Essa transição entre fases parece ter sido mais bem marcada da terceira para a quarta. Da relação incestuosa de Semíramis, interpretada por Francisca Queiroz, e seu filho, Ninrode, papel de Pablo Morais, a trama pulou, momentaneamente, para Abraão, defendido por Zécarlos Machado. Ele é o papel central da quinta fase, mas apareceu para instigar o público a prestar atenção na origem do personagem, já que a quarta fase, “Ur dos Caldeus”, mostra justamente os pais dele.

Os únicos atores que ultrapassam as fases e se mantêm no ar são Igor Rickli e Flavio Galvão. O primeiro dá vida a Lúcifer, enquanto o segundo dá apenas a voz à narração da trama, interpretando o próprio Deus. Essa renovação de elenco a cada passagem de tempo é importante para distanciar um período do outro. Mas dificulta a fidelização do telespectador, já que, pelo menos até agora, todos ficaram muito pouco tempo no ar.

Agora, no entanto, a promessa é de uma fase maior, o que certamente ajudará a prender a atenção da audiência. “Ur dos Caldeus” tem nomes bem conhecidos no elenco principal. Caso de Ângelo Paes Leme e Camila Rodrigues, por exemplo, que interpretam Terá e Nadi, pais de Abraão. Estes são dois personagens que chegarão a ficar mais tempo no ar, mas com intérpretes distintos, já que na próxima fase serão vividos por Júlio Braga e Esther Góes.

Há muitos efeitos especiais em “Gênesis”. E não necessariamente em sequências de ação. Em algumas cenas, dá para perceber o uso de computação gráfica para reproduzir cenários ou aumentar a quantidade de pessoas em cena. O texto destoa de outras produções bíblicas já feitas pela Record.

Em diversas situações, a ideia de aproximar a linguagem adotada aos dias de hoje soa um tanto equivocada. Dia desses, meninas jovens falavam que podiam ficar, sem ter de casar. A expressão é atual demais para ser encarada com normalidade quando dita em um período passado cerca de 2 mil anos antes de Cristo.

Quanto à audiência, “Gênesis” empolgou nos primeiros capítulos, mas já vem perdendo um pouco dos números. Enquanto a novela marcava até 16 pontos de média em alguns dias, agora gira entre cerca de 12 a 14 pontos. Não é pouco, na comparação com as produções mais recentes da Record. Mas não condiz com o “status” de superprodução que o canal dá ao folhetim.

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