Cultura
Diogo Nogueira lança trilogia visual
Projeto faz tributo a nomes que são pilares do moderno samba brasileiro, como o grupo Fundo de Quintal, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho
Por Agência Estado
07 de fevereiro de 2021, às 08h53 • Última atualização em 07 de fevereiro de 2021, às 08h54
Link da matéria: https://liberal.com.br/cultura/diogo-nogueira-lanca-trilogia-visual-1432132/
Os niteroienses costumam se gabar de que a melhor vista do Rio de Janeiro fica na cidade deles. Polêmicas à parte, foi em Niterói, em cima de uma balsa ancorada na Baía de Guanabara, de onde é possível ver a paisagem carioca, que Diogo Nogueira filmou Samba de Verão.
O projeto visual, dividido em três partes – Sol, Céu e Lua -, festeja a estação mais quente do ano e faz um tributo a nomes que são alguns dos principais pilares do moderno samba brasileiro, como o grupo Fundo de Quintal, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho.
O primeiro trabalho, Sol, com oito faixas, foi gravado ao entardecer, com o astro colorindo de dourado as águas do mar da baía – e já está disponível nas plataformas digitais e na página do cantor no YouTube.
Diogo diz que o projeto começou a ser elaborado há dois anos.
A ideia, quando começou a pesquisar o repertório, com músicas inéditas e antigas, era fazer um produto diferente do que simplesmente filmar um show para editá-lo em DVD.
Com a chegada da pandemia, os planos tiveram de ser alterados. Inicialmente, foi cogitado que a gravação ocorresse na casa de Diogo, de maneira bem informal. Depois, cogitou-se que a gravação seria feita em uma ilha em Angra dos Reis. Por fim, quando um amigo ofereceu a marina em Niterói, o Samba de Verão ganhou sua cara definitiva.
A balsa virou um palco de 500 metros quadrados e colocou Diogo no centro de um sol estilizado, ao lado de 15 músicos que o acompanharam na gravação.
O primeiro single, a inédita Bota Para Tocar Tim Maia, fala do amor de um casal que se inspira no calor do verão – lançado há pouco mais de um mês, já soma mais de 1 milhão de visualizações.
A presença do grupo Fundo de Quintal – e toda a herança que eles trazem do Cacique de Ramos, bloco carnavalesco fundado há 60 anos no bairro carioca – está nas faixas Fada (Mário Sergio e Luiz Carlos da Vila) e Cheiro de Saudade (Sereno e Mauro Diniz). Elas se tornaram as últimas gravações de Ubirany, um dos fundadores do grupo, que morreu Covid-19 em 11 de dezembro de 2020, aos 80 anos.
A lembrança de Beth Carvalho (1946-2019), a outra homenageada pelo sambista, se faz pela regravação de Andança (Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós), música que a lançou para o estrelato em 1968 no 3.º Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, interpretada ao lado do grupo Golden Boys.
Longe dos palcos e das turnês, Diogo aproveita o tempo para compor e se aperfeiçoar no violão e cavaquinho. Ele, que teve Covid-19 em julho do ano passado, diz que espera pelo avanço da campanha de vacinação para apresentar o show Samba de Verão para o público. Por ora, o conselho que dá é: “Arraste o sofá e vai dançar – em casa”.