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Cultura

De volta às novelas, Eduardo Moscovis se diverte com o avarento Quintino Ariosto, de ‘No Rancho Fundo’

Por CAROLINE BORGES - TV PRESS

01 de julho de 2024, às 14h23

A presença de Eduardo Moscovis nas novelas tem sido bissexta nos últimos anos. O ator, que foi um dos galãs mais requisitados entre a década de 1990 e início dos anos 2000, enveredou por outros caminhos profissionais, que fugiam da teledramaturgia diária da Globo. Após pouco mais de cinco anos de folga dos folhetins, ele retorna ao horário das seis no elenco de “No Rancho Fundo”, em que vive o vilão Quintino Ariosto.

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Na novela das seis, Quintino Ariosto é o pai do mocinho Artur, papel de Túlio Starling. Não suporta o filho, pois acredita que ele só tem interesse na herança. Milionário recluso e avarento, é um homem ranzinza, duro e mal-humorado. Com a ajuda de Marcelo Gouveia, de José Loreto, vai tentar roubar o que Zefa Leonel, vivida por Andrea Beltrão, conquistou. “Meu personagem é avarento, mal-humorado. É o personagem mais chato da novela. Ele tem uma aura de resmungão, de velho. Estou curtindo um monte fazer. Tem sido um barato. É uma novela alto-astral”, afirma.

Longe do horário das seis desde o fim de “Alma Gêmea”, em 2006, como está sendo esse retorno à faixa tão tradicional de novelas?

Está sendo o maior barato. Surpreendentemente não estou sentido aquele ritmo de novela. Talvez vire mais para a frente, mas não está com cara de novela. Temos um grupo de atores com sangue novo, com vontade e gana. Estou muito no clima para contracenar com essa galera, sabe? Perambular por esse elenco.

A trama de “Alma Gêmea” também voltou ao ar no “Vale a Pena Ver de Novo”. Como é se ver no ar em dois trabalhos tão distintos?

Não lembro de ter passado por esse tipo de situação. “Alma Gêmea” tem quase 20 anos e é uma novela completamente diferente de “No Rancho Fundo”. É uma novela de época, personagens diferentes um do outro. Não sei exatamente o que esperar, mas vai ser uma experiência que eu vou ter de passar. Está sendo muito legal ver meus trabalhos, muito legais, cada um no seu lugar, na sua existência.

Com uma presença esporádica na tevê, você tem uma agenda intensa nos palcos e nos cinemas. Como essa logística de gravações funcionará com a turnê da peça “Duetos”, que segue em cartaz?

Foi uma conversa minha com a direção da novela. Eu já tinha esse esquema de turnê desenhado para esse período. Temos uma turnê por sete cidades e, por conta da lei, tenho de fazer até o final do primeiro semestre. Então, vou ficar por aqui pelo Rio, Niterói, Juiz de Fora… São cidades que dão para eu ir no sábado. Temos a intenção de ir para o interior de São Paulo. “Duetos” é uma peça que possibilita isso porque são apenas dois atores. Recentemente, estivemos no Festival de Curitiba e foi uma experiência ótima. Nos apresentamos para um público grande e testamos se a peça funcionada desse jeito. Foi uma ótima repercussão.

E o Quintino foi sua primeira opção de personagem desde o início das conversas para integrar o elenco da novela?

Não sei exatamente (risos). Quando eu fui chamado pelo Alan (Fiterman, diretor), a gente ficou um bom tempo conversando sobre essa possibilidade real de se fazer por conta da agenda. Além da peça, eu tinha outros trabalhos. As coisas meio que foram acontecendo. Claro que, num primeiro momento, a direção pensa num personagem específico para você, mas outros atores vão sendo chamados e as coisas vão se realocando. Escalação de novela é muito móvel. Não sei se fui trocado em algum momento de papel, sei que estou feliz (risos). Estou me surpreendendo desde o primeiro dia de trabalho.

Como assim?

A primeira leitura foi emocionante. Eu não conhecia muita gente que estava lá. Ao contrário do que acontece normalmente em uma primeira leitura, a galera já chegou com muita referência e muita coisa pronta, sabe? Tinha gente com proposta de personagem muito avançada. Muito entendimento da novela e do papel. Para mim, isso é muito difícil no começo. Eu fico lendo, tentando entender. Foi uma mistura interessante.

A trama de “No Rancho Fundo” também está sendo marcada por uma série de nomes novatos no elenco. Como tem sido estar ao lado desses novos talentos?

Sempre digo que o segredo de um bom trabalho é a partir de uma boa coxia e um bom bastidor. Temos isso nessa novela. Um grupo muito animado, muito astral, feliz. Apesar de alguns estarem estreando em novelas, tem muitos com bagagem, com chão e trazem muita propriedade para falar. Muito bom ver esse sangue novo em cena. A Valdineia Soriano, que é meu par em cena, é uma excelente atriz. É a primeira novela, mas ela tem uma bagagem absurda. Uma compreensão cênica muito grande. Ao mesmo tempo, ela está entendendo esse lugar novo em que está, essa velocidade.

Nos últimos anos, a Globo tem encerrado seus vínculos longos. Você, no entanto, optou por esse tipo de relacionamento há quase 20 anos. Como surgiu a necessidade dessa decisão?

Eu vinha de uma sequência de trabalhos. Conseguia fazer meus trabalhos no teatro, mas sentia que meu tempo estava demasiadamente preso. Sentia que isso acontecia com certa frequência. Tinha um desejo meu de experimentar novas coisas, outros personagens e linguagens.

Mas, na época, você chegou a sinalizar essas questões para a empresa?

Sim, tinha acenado isso para a empresa. Falei que faria novela feliz da vida, vestia a camisa. Tudo certo. Mas que queria me experimentar em outras coisas. Não rolou. E tudo bem. A gente sempre manteve uma ótima relação. Tanto que fiz inúmeros outros trabalhos depois e, agora, estou aqui novamente. Com “No Rancho Fundo”, eu estou muito feliz que, mesmo que esteja voltado para esse projeto pelos próximos 10 meses, também vou seguir com a peça. Então, está ótimo. Uma novela ótima. Estou muito satisfeito.

“No Rancho Fundo” – Globo – Segunda a sexta, às 18h30.

Com a agenda cheia

A trama de “Alma Gêmea”, que retornou ao ar no “Vale a Pena Ver de Novo”, foi o último trabalho de Eduardo Moscovis como parte do casting fixo da emissora. O convite para o projeto sinalizava como ator estava altamente requisitado nos bastidores dos Estúdios Globo, na época, ainda chamado de Projac. “Eu estava gravando ‘Senhora do Destino’, uma novela das nove, e estava viajando em turnê com um espetáculo que eu produzia, que era o ‘Tartufo’. Eu gravava a novela no meio de semana até sexta, e viajava os finais de semana em turnês pelo Brasil”, relembra.

Na reta final das gravações da novela de Aguinaldo Silva, Moscovis encontrou com Walcyr Carrasco em uma das salas de maquiagem. O ator foi rapidamente surpreendido com o convite para viver o mocinho Rafael. “O Walcyr falou: ‘quero falar com você’. Aí me deu um nervoso. Eu pensei naquele volume de trabalho que eu estava e pedi cinco minutos. Ele me contou rapidamente a sinopse e tive menos de um mês entre o final da ‘Senhora do Destino’ e o começo da gravação de ‘Alma Gêmea’”, ressalta.

Sem apegos

Rever antigos trabalhos não faz parte da rotina de Eduardo Moscovis. Mas, com a reprise de “Alma Gêmea”, o ator tem acompanhado algumas sequências nos intervalos de gravações de “No Rancho Fundo”. “Eu não fico revisitando os trabalhos antigos. Não é algo que mexe muito comigo porque é um contexto, um momento, uma fase. Faz parte da vida. Às vezes remete para aquele momento pessoal que eu passei”, explica.

Instantâneas

No início de maio, o remake da trama “Pecado Capital”, que contou com Moscovis no papel principal, chegou ao Globoplay.

Moscovis guarda boas lembras dos bastidores de “Alma Gêmea”. “Tínhamos um elenco muito potente, bom de contracenar”, afirma.

O ator estreou na tevê em “Pedra Sobre Pedra”, de 1992.

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