Design
Estudante da Unicamp expõe obras do TCC no Canadá
Projeto feito para a conclusão da Especialização em Design Gráfico ficou dois dias exposto na Universidade de York
Por Da redação
17 de outubro de 2019, às 10h24 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 09h51
Link da matéria: https://liberal.com.br/cultura/estudante-da-unicamp-expoe-obras-do-tcc-no-canada-1090713/
Os cartazes do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) “Fragmentos da Memória”, de Pablo Parra, que concluiu a Especialização em Design Gráfico na Unicamp, foram à exposição na Universidade de York, em Toronto, no Canadá, na última semana.
O projeto reúne cinco cartazes ilustrados com africanos que passaram pela experiência da escravidão em diversos lugares e escreveram a própria história.
A apresentação no exterior foi feita à convite da própria Universidade da York, que se interessou pelo projeto após sugestão de Bruno Veras, colega de Pablo e membro de um grupo de pesquisa no Departamento de História do local. A ideia do projeto surgiu a partir do convite de Bruno para que Pablo ilustrasse a capa de seu livro “Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua”, que conta a história de Baquaqua.
O designer aceitou e começou a ler e estudar diversos relatos, até que selecionou os que ilustraria em seu TCC sob os critérios de relevância, origem geográfica e balanceamento de gênero, já que era mais difícil que mulheres soubessem ler e escrever na época.
Foram retratados Baquaqua, Maria Graça, Catherine Milgrave, Osifekunde e Nadir Aga. “A parte mais difícil foi ler os relatos, porque essa não é uma história sobre escravidão, é sobre a vida dessas pessoas. No Brasil o que mais vimos é apresentarem o africano como força de trabalho, mas queríamos explorar quem eles eram”, explicou Pablo.
A orientação do projeto foi do professor do curso de Especialização em Design Gráfico, André Rezende, que colaborou com a parte gráfica do projeto. “Para mim o mais complicado no TCC do Pablo foi organizar a pesquisa, principalmente a metodologia, por que tínhamos que justificar todos os elementos escolhidos nos cartazes”, justificou André.
A paleta de cores foi escolhida para remeter aos lugares dos quais todos vieram, locais quentes. Já as outras ilustrações presentes tentavam remeter ao que eles eram ou o que fizeram em vida, segundo Pablo. Para seu orientador, o projeto veio em boa hora para remeter aos aniversário de 25 anos do Projeto Rota da Escravatura, da UNESCO, que reforça ainda mais a importância do projeto.
* Estagiária Maíra Torres, sob supervisão de Talita Bristotti