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Aniversário Inusitado

‘Altas Horas’ completou 20 anos com formato diferente

Diante da pandemia do novo coronavírus, em 2020 o programa encontrou o formato perfeito para celebrar sua história

Por Geraldo Bessa / TV Press

04 de janeiro de 2021, às 09h15

A aposta do “Altas Horas” em 2020 era alta. No ano em que completa duas décadas de exibição, o programa estava em plena pré-produção de uma nova temporada quando tudo foi interrompido pela quarentena.

Com os Estúdios Globo fechados, o programa teve de deixar para trás cenários, quadros e ideias para celebrar a data e se adaptar ao esquema de reprises que pautou a programação televisiva ao longo da primeira metade do ano.

Por sorte, o programa apresentado por Serginho Groisman sempre teve um viés revisionista. Um de seus quadros de maior sucesso, por exemplo, é o que procura participantes da plateia para saber o que andam fazendo atualmente.

Serginho volta ao seu habitat de juntar celebridades inusitadas e dialogar com seu público jovem – Foto: Divulgação / TV Globo

Na falta de programas inéditos, Serginho e sua equipe selecionaram as melhores edições de sua história para não ficar de fora da grade da Globo. Enquanto isso, nos bastidores, diversas saídas foram pensadas para devolver o programa ao esquema mais quente e factual que sempre pautou suas madrugadas de sábado.

TALK-SHOW
Em agosto, o “Altas Horas” deixou as reprises para trás e foi atrás de conteúdo novo, só que em um formato de “talk-show” por vídeo, que não tinha muito a ver com a tradicional proposta do programa de promover encontros.

Só agora que o programa, enfim, conseguiu realmente se adaptar aos novos tempos, com banda, convidados e distanciamento, Serginho volta ao seu habitat de juntar celebridades inusitadas e dialogar com seu público jovem.

A principal ausência da produção era exatamente o público, uma espécie de personagem principal do roteiro de todos os programas apresentados por Serginho, seja no experimental “Matéria-Prima”, exibido pela TV Cultura até 1990, ou o celebrado “Programa Livre”, que Serginho apresentou no SBT entre 1991 e 2000.

Retorno do público: interação

O retorno do público exigiu empenho tecnológico ao instalar diversas telas no estúdio em formato de arena. Apesar da participação limitada, a interação entre o apresentador e seus convidados com o público chega bem próximo do que acontecia originalmente.

O resultado visual é impactante, visto que cada tela tem seu próprio figurino, o que deixa a impressão de que a plateia realmente está presente. A tática ainda diferencia o “Altas Horas” do “Que História é Essa, Porchat?”, programa que realmente ousou ao investir em uma plateia virtual com poder de interação e que mostrou para onde a televisão poderia caminhar em tempos de isolamento.

Outro ingrediente importante do “Altas Horas” é a música. Em seu formato caseiro, os encontros virtuais soavam extremamente artificiais. Agora, com a banda dividida por placas de acrílico e os artistas a uma distância segura, as inusitadas junções promovidas por Serginho voltaram a fazer sentido.

Com 90 minutos de duração, o programa agora está o mais próximo possível de seu formato original e mantém a fluidez narrativa tão peculiar de Serginho e seu humor quase pueril.

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