Saúde em Pauta
Sobre a imunodeficiência e como ela pode afetar o dia a dia
Atualmente, são descritos mais de 300 tipos
Por Paulo Renato Monteiro da Silva
30 de abril de 2023, às 11h08
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/sobre-a-imunodeficiencia-e-como-ela-pode-afetar-o-dia-a-dia/
Oi, Carol, vamos no clube hoje? Não, Gi, hoje não posso. Vou ter que ir ao hospital. É dia de tomar minha Gama. Todo mês, né Carol, e já faz tempo, né? É, todo mês, e não poderei parar, sempre será assim. Essa situação é aquela pela qual uma pessoa que não produz anticorpos de maneira adequada passa. Sempre tem que repor, para que seu corpo tenha chances de se defender melhor. É o que chamamos de imunodeficiência, e existem muitas formas: atualmente, são descritos mais de 300 tipos.
As imunodeficiências podem ser divididas em primária e adquirida. As primárias são aquelas presentes desde o nascimento e são devidas a alterações genéticas, podendo ser de fundo hereditário. Elas se manifestam caracteristicamente durante o primeiro ano de vida ou durante a infância. Porém, algumas doenças autoimunes primárias (como a imunodeficiência comum variável) podem ser identificadas na idade adulta.
📲 Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp
Já as adquiridas ou secundárias são as que geralmente se desenvolvem mais tarde e, por vezes, resultam do uso de certos medicamentos, podendo ter uma duração por um período ou serem provocadas por algum outro distúrbio, como diabetes, desnutrição ou infecção pelo HIV. Essas doenças são mais comuns do que as doenças primárias e encontradas muito mais frequentemente.
Algumas doenças decorrentes de imunodeficiência encurtam a expectativa da vida. Outras podem persistir. Porém, todas impactam na qualidade dee vida, deixando as pessoas mais sujeitas a pneumonias, gripes frequentes, bronquites infecciosas, dermatites graves e maior frequência de tumores.
Siga o LIBERAL no Instagram e fique por dentro do noticiário de Americana e região!
Várias imunodeficiências, como agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X, síndrome de Wiskott-Aldrich, doença por imunodeficiência combinada grave, podem ser detectadas já dentro do útero, com o exame do líquido amniótico ou através do sangue fetal.
Atualmente, já existe a possibilidade de pesquisarmos pelo exame do pezinho, através de dois tipos de testes: o TREC e o KREC. Eles nos fornecem dados que podem trazer a suspeita de eventual imunodeficiência. O tratamento, além de cuidar das complicações que ocorrem frequentemente, se faz com a reposição de anticorpos (gamaglobulina, mensalmente) e mais raramente transplantes de medula.
O médico Paulo Renato Monteiro da Silva, especialista em alergologia e imunologia, fala sobre temas da saúde em alta e sobre como manter hábitos saudáveis