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Saúde em Pauta

Percalços

A história de um jovem que sofreu com o hemopneumotórax

Por Paulo Renato Monteiro da Silva

17 de setembro de 2023, às 09h21 • Última atualização em 19 de setembro de 2023, às 14h58

Vamos falar sobre um jovem, que se encontrava na cidade de São Paulo fazendo um curso de especialização. Após um dia de muito estudo e aprendizado, já de volta ao hotel em que estava hospedado, se deitou um pouco antes de jantar e logo em seguida começou a sentir um aperto no peito e uma grande dificuldade para respirar. Desceu com muita dificuldade até a portaria. Quando o viram quase desmaiando, com muita falta de ar, dor no peito, suando muito e com a temperatura gelada, pensaram: ele está tendo um ataque do coração. E vendo-o nessa situação, entraram em contato com o resgate, que o levou às pressas para o hospital mais próximo.

Ao chegar ao hospital, os médicos realizaram uma série de exames e descobriram que seu pulmão direito não estava se expandindo, uma grande quantidade de líquido e ar estava apertando o órgão. Imediatamente, foi colocado um dreno no tórax – que conseguiu retirar parte do ar e do sangue, muito sangue. Isso já deu um certo alívio ao nosso trabalhador.

Na sequência foi transferido paro o centro cirúrgico, onde foi feita a retirada de todo esse sangue que estava acumulado e do ar que estava junto. Depois, permaneceu internado por uma semana para terminar o tratamento.

Essa situação por ele vivida é chamada de hemopneumotórax, uma condição muito grave e potencialmente fatal e que requer tratamento imediato, como foi feito.

Mas voltando ao nosso jovem, após ter tido alta e já estar se sentindo recuperado, ele começou a experienciar alguns sintomas atípicos, tendo desenvolvido um aumento do olfato, tornando-se extremamente sensível a todos os cheiros ao seu redor. O simples odor de uma flor ou até mesmo de alimentos podia ser percebido com uma intensidade impressionante.

Além disso, ele também passou a apresentar tiques, que são movimentos repetitivos e involuntários, que no caso dele foi direcionado a piscar e virar o pescoço para o lado, tal situação perdurou por uns dois meses. Depois, desapareceu.

As possíveis causas para essa combinação de sintomas são variadas. O hemopneumotórax pode ter sua causa devida a algum trauma torácico ou até mesmo espontaneamente, sem nenhuma causa aparente. Essa situação fez com que o coração tivesse uma dificuldade muito grande para trabalhar e bombear o sangue e, devido a isso, é possível ter afetado temporariamente o funcionamento do sistema nervoso central, desencadeando os sintomas acima descritos: aumento do olfato e os tiques.

E à medida que se restabeleceu, esses sintomas desapareceram. Felizmente, essa história terminou bem, e vale a pena dizer que apesar do susto, essa situação gerou frutos. Ele se casou com uma das enfermeiras que conheceu no hospital e hoje têm um filho, Renato (renascido).

Este conteúdo é uma parceria do Grupo Liberal com a AMA (Associação Médica de Americana)

Paulo Renato Monteiro da Silva

O médico Paulo Renato Monteiro da Silva, especialista em alergologia e imunologia, fala sobre temas da saúde em alta e sobre como manter hábitos saudáveis