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Editorial

O país do presidente

Por Redação

13 de outubro de 2020, às 07h52

A mais recente frase polêmica de Jair Bolsonaro deve ter deixado muita gente imaginando, mais uma vez, em que país o presidente parece viver. Do alto do cargo mais importante da nação, o que se vê é uma repetição de afirmações cujas características variam entre a leviandade e a incompetência, além do desprezo e da desonestidade.

Na semana passada, durante um evento no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que acabou com a operação Lava Jato porque, segundo ele, não há mais corrupção no governo. A afirmação poderia ser mais uma piada jocosa do compêndio do capitão se não ocorresse no momento em que Bolsonaro se alia a políticos investigados pela operação e se aproxima de ministros do Supremo que são críticos a ela.

O leitor ou eleitor deverá se recordar de que uma das grandes bandeiras de campanha de Bolsonaro foi justamente o combate à corrupção e a operação Lava Jato. Por sinal, foi com o apoio da imagem do ex-superministro Sergio Moro, ex-juiz que personificou a investigação histórica e inédita, que o presidente galopou rumo ao Planalto.

Mas, desde que chegou ao poder, Bolsonaro parece viver na ficção que não consegue transformar em realidade. Foi assim, por exemplo, com a crise do novo coronavírus (Covid-19), a “gripezinha” que já matou 150 mil brasileiros.

Da mesma forma, sua independência e repulsa à velha política não o impediram de se aliar a ela. E a corrupção que garante não existir no governo coloca a própria família do presidente em uma história ainda com potencial de escândalo, sem falar na impossibilidade de qualquer presidente controlar os arroubos sub-reptícios do colarinho branco a ponto de garantir um governo imaculado. Que país tão otimista e esperançoso é este que o presidente diz viver? Certamente, não é este chamado Brasil.

O Liberal

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