Lidar com uma pandemia inédita como esta causada por um novo coronavírus (Covid-19) exige uma enorme organização por parte das prefeituras. Acima de tudo, há a necessidade de se garantir uma estrutura de saúde que seja capaz de dar conta da demanda – ou minimizar o colapso – de pacientes que possam vir a desenvolver formas mais graves da doença.

A experiência vivenciada por outros sistemas de saúde de diversos países da Europa e da Ásia, a que o Brasil acompanhou antes de chegar ao estágio em que está, permitiu ter uma boa noção dos desafios que estariam por vir.

Em meio à crise, é preciso ainda que as administrações públicas mitiguem os impactos paralelos de uma ameaça sanitária, como os gargalos financeiros a que se submetem as prefeituras. A crise reflete ainda em aspectos sociais, que podem tornar grande parte da população carente de ações governamentais.

Os desafios impostos ao poder público nesta pandemia, na verdade, não são absolutamente novos, mas foram potencializados por ela. Superá-los, além de ações efetivas e bem planejadas e executadas, depende também da transparência perante a comunidade.

É evidente que muitos cidadãos convivem com um ambiente permeado por desinformação, que tende a ser hostil aos governos. Há uma desconfiança geral que paira sobre tudo: número de infectados, mortes pela Covid-19, compra de respiradores, ocupação de leitos, aplicação de recursos etc.

Fonte primária destas informações, a administração pública precisa dar clareza aos cidadãos sobre suas ações. Omitir ou dificultar acesso a dados básicos, como os reflexos na rede hospitalar, a incidência nos bairros e os investimentos feitos, é colaborar com o ambiente conspiratório ou alarmista.

A transparência é arma importante para combater este vírus. Não se deve deixá-la de lado.