Reportagem publicada na última semana traz a avaliação do diretor superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana, Carlos Cesar Gimenez Zappia, sobre dificuldades que o município tem enfrentado para dar conta do abastecimento. Como se não bastasse o histórico e conhecido problema das tubulações de água que cortam os bairros da cidade, as ondas de calor extremo que atingiram Americana – bem como outras diversas partes do País – nos últimos meses se tornaram um desafio extra para o serviço.

Segundo Zappia, um dos reflexos das altas temperaturas tem relação com a própria infraestrutura dos sistemas que compõem a rede de abastecimento de água na cidade. Onde há maquinário eletrônico, por exemplo, tem havido mais manutenção em peças por conta do desgaste causado pelo calor. O cenário provoca uma iminente contradição, que torna o desafio ainda maior, já que é nos períodos de calor que o consumo de água atinge os maiores níveis.

A eficiência do abastecimento de água em Americana tem sido pauta do LIBERAL há décadas. Nas últimas semanas, o calorão voltou a provocar transtornos para moradores de diversos bairros do município, que procuraram o jornal em busca de ajuda para a solução.

Desde o governo anterior, o DAE – que manteve sua gestão com a troca de prefeitos – tem feito investimentos significativos. Houve e ainda há obras para se aumentar a captação de água, para se guardar mais água e para reforçar as tubulações sob o asfalto, consideradas velhas e em mau estado de conservação. Dar conta de toda a rede, no entanto, ainda demanda um grande trabalho a ser feito – não apenas em termos de eficiência, mas de dinheiro e volume mesmo.

Mas soa como um alerta cada vez mais forte os impactos que as mudanças climáticas têm causado no abastecimento. É preciso colocar as tais ondas de calor e os picos talvez até imprevisíveis de consumo nas variáveis do desafio que é aumentar a qualidade do serviço na cidade.