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Carreira & RH

Inteligência artificial e a geração de ‘idiotas’

ChatGPT já conta com mais de 100 milhões de usuários e esse número cresce cada vez mais

Por Marcos Tonin

23 de abril de 2023, às 08h28 • Última atualização em 23 de abril de 2023, às 08h29

Lançado há poucos meses, o ChatGPT, ferramenta que promete ser uma das mais avançadas de interação e inteligência artificial, já conta com mais de 100 milhões de usuários e esse número cresce cada vez mais.

O Generative Pre-Trained Transformer ou Chat GPT, é um modelo de linguagem baseado no que chamamos de deep learning (aprendizagem profunda), ou seja, um braço da inteligência artificial. Na prática, a ferramenta utiliza dados baseados em redes neurais que permitem estabelecer uma conversa com qualquer pessoa, a partir do processamento de um volume de dados estratosférico, se apoiando na linguagem de comunicação humana.

A coisa é tão “louca” que a tecnologia permite que o “robô” consiga compreender além das solicitações. O que quero dizer é que ele percebe os contextos em que são solicitadas e com isso consegue responder às necessidades que foram demandadas.

Podendo ser utilizada para atender demandas, escrever artigos, textos, criar poemas e músicas entre infinitas possibilidades, a ferramenta já causa desconforto e muito questionamento, isso porque muitos destes mais de 100 milhões de usuários já pretendem “delargar” seu processo de criação e desenvolvimento intelectual para o robô, colocando assim, a sua inteligência para hibernar.

Em seu recente relatório, a OpenAI (fundadora da ferramenta) é clara e direta ao expressar os seus “temores” em relação ao GPT-4, e aponta capacidades que são “preocupantes” e comportamentos cada vez mais “autoritários”.

Parar este processo é impossível, pois a tecnologia e digitalização do “mundo real” já aconteceu, entretanto, nos preparar para que o processo de banalização do conhecimento REAL, frente a facilidade quase que instantânea em gerar soluções, não aconteça em nossa sociedade é a maior preocupação de hoje ao futuro.

Será que precisaremos de novas regras e condutas para o desenvolvimento de conteúdos intelectuais? Como conseguir avaliar a inteligência e habilidades de uma empresa ou profissional quando uma ferramenta artificial consegue burlar nossa capacidade de realidade?

Será que teremos num futuro próximo uma geração de “idiotas” terceirizando sua inteligência em troca de conforto e pouco esforço? 

Marcos Tonin
Executivo de RH e Coach C-Level
tonin.marcos@gmail.com

Marcos Tonin

Marcos Tonin, especialista na área de gestão e liderança, fala sobre mercado de trabalho em textos quinzenais