O Dia Internacional da Mulher, celebrado na última sexta-feira, é sempre uma data para se reavaliar conquistas e rever as desigualdades. Ainda que as diferenças entre os gêneros tenham diminuído nas últimas décadas, a distância das possibilidades que há entre homens e mulheres continua um problema.

Uma pesquisa sobre estatísticas de gênero e indicadores sociais das mulheres, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta, mostra desvantagens entre os gêneros, principalmente quando a mulher é negra.

Segundo o levantamento, ainda que as mulheres sejam a maioria entre os formados na faculdade, elas recebem cerca de 21% menos do que os homens. Isso porque, afirmam os pesquisadores, as mulheres têm menor participação do mercado de trabalho ao ficarem com a maior parte das tarefas domésticas do dia a dia.

Outra análise considerou a ocupação de cargos eletivos e nos governos. Apesar de o sexo feminino corresponder a 52,7% do eleitorado, só 18% das cadeiras da Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres. Na região, reportagem do LIBERAL também ressaltou a baixa representatividade no legislativo local. Só 9% dos vereadores são mulheres na RPT (Região do Polo Têxtil). Nas prefeituras, o predomínio também é masculino.

Mesmo com avanços, a desigualdade de gênero se mostra como uma situação estrutural, enraizada nos comportamentos de uma sociedade historicamente patriarcal. Se por um lado tem havido conquista de direitos iguais, as possibilidades que são dadas às mulheres continuam enfrentando barreiras. Como mostar a pesquisa do IBGE, o mercado de trabalho exemplifica bem tais restrições – sejam elas por motivos culturais, como a “obrigação” de se cuidar da casa, ou por mero preconceito de lideranças.

Políticas públicas continuam necessárias para se estimular a igualdade de gênero, mas o maior empenho deve ser da própria sociedade em reconhecer que não há motivo para se fazer diferença e dar o espaço que toda mulher merecer.