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Falando da morte

Por Celso Gagliardo

09 de maio de 2024, às 11h05

Comentei com a irmã Val os impactos que as partidas nos causam. Com o amadurecimento começamos a sentir com mais frequência as perdas de familiares, amigos, pessoas próximas e mesmo as não tão próximas que conhecemos.

Pelas redações de jornais sabemos que muitos gostam de ler as notas de falecimento geradas pelas funerárias. Outro dia falei para o amigo Zé Maria, brincando, que as funerárias nos pregam cada susto!

Às vezes a morte vem inopinada, sem “avisar”. De um momento para outro, o ser cheio de vida e sonhos não mais está ali ou aqui, ficando apenas um vazio de saudade. Difícil acreditar, cair na real.

Somos gregários, vivemos em associação. Dependemos uns dos outros, embora muitas vezes o ímpeto de poder e supremacia nos arrebate. A perda de alguém de nossa relação será sempre lamentada. Aliás, por lapso, muitas vezes reconhecemos apenas na partida a importância de alguém em nossas vidas.

A emoção conflita com a razão. Deveríamos aceitar com naturalidade a morte, afinal é a maior certeza que temos, nosso fim como matéria. É a megera indomável, como gostava de escrever o mestre das letras, seu Chico Pinhanelli. O fim vem, inexorável, por mais que a ciência avance e nos torne pouco mais longevos.

Sob o aspecto espiritual, a morte não é um fim. A gente passa para o outro lado, apenas. O catolicismo apregoa a ressurreição. “Todo aquele que Nele crê não ficará na morte, mas também irá ressuscitar”. Entretanto, a gente se apega tanto à vida terrena que só o pensamento de deixá-la torna as pessoas atônitas, preferindo fugir do tema.

Rubem Alves dizia que “a morte e a vida não são contrárias, são irmãs. A reverência pela vida exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir”. Mas chega de falar de morte. Xô! 

Celso Gagliardo
Profissional de recursos humanos

Colaboração

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