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Estúdio 52

Os easter-eggs de ‘Turma da Mônica: Lições’: referências saudosas

Para navegar no tempo – ou mesmo conhecer os personagens mais antigos – o Estudio 52 elaborou uma lista com os easter-eggs que aparecem ao longo do filme

Por Maíra Torres

07 de janeiro de 2022, às 14h13 • Última atualização em 07 de janeiro de 2022, às 14h39

O filme “Turma da Mônica: Lições”, além de se destacar pela maestria com que trabalha o tema do amadurecimento, é um show a parte para os fãs mais velhos e que acompanham a franquia de Maurício de Souza.

Isso porque em 90 minutos vemos uma chuva de easter-eggs e referências a antigos projetos da MSP Produções, incluindo as light-novels publicadas no mesmo formato daquela que inspirou “Lições”, de mesmo nome do longa e com ilustrações de Vitor e Lu Cafaggi.

Lições é o segundo de uma trilogia e o último do cinema. Lembranças não será adaptado – Foto:

Para navegar no tempo – ou mesmo conhecer os personagens mais antigos – o Estúdio 52 elaborou uma lista com os easter-eggs que aparecem ao longo do filme. Cuidado, claramente há spoilers a partir daqui.

Cebolinha e Mônica já encenaram Romeu e Julieta

“Lições” não mostrou a primeira vez em que os personagens da Turma da Mônica encenam “Romeu e Julieta”. Em 2005, a Editora Globo lançou o almanaque “Clássicos da Literatura”, cuja principal história é Romeu e Julieta. A disposição dos personagens é a mesma do filme: Mônica é Julieta, Cebolinha é Romeu, Cascão é o frade, e Magali, a dama de companhia. Como no filme, o final é feliz e com direito a pedidos de desculpa (mesmo que no gibi Mônica precise ameaçar o princípe Xaveco a perdoar Cebolinha/Romeu Montéquio).

O gibi é de 2005 e reconta “Romeu e Julieta” com os personagens da Mônica – Foto:

Na biblioteca aparece “Arvorada”

Quando vemos um close na personagem de Malu Mader passeando pela biblioteca antes de mostrar que Cascão e Cebolinha estavam escondidos ali, é possível ver na prateleira móvel guarda-livros em destaque a edição de “Arvorada”, uma light-novel da MSP Produções ilustrada por Orlandeli de 2017. O enredo é de tirar lágrimas dos leitores, e mostra quando Chico Bento, Vó Dita e o Ipê Amarelo aprendem uma lição importante sobre não deixar certas coisas para depois.

Trecho de “Arvorada” mostra relação profunda de aprendizado sobre o tempo – Foto:

 Atrás de “Arvorada” ainda é possível ver um pedaço turquesa de outra light-novel. A cor é um indicativo de que ai atrás pode estar outra novela gráfica: “Respeito”, que mostra o futuro da personagem Tina como jornalista (e que faria sentido considerando-se o fato de que ela aparece no filme), ou mesmo “Força”, uma light-novel em que Mônica precisa enfrentar uma situação familiar complicada, não resolvível com força física.

No consultório da fonoaudióloga aparece “Lições”

Cebolinha conhece Humberto no primeiro dia em que vai à fonoaudióloga. A câmera, quando mostra ambos sentados esperando pela consulta, deixa em primeiro plano próximo ao chão, no revisteiro, a própria light-novel “Lições”, que deu origem ao filme de mesmo nome. Atrás, ainda vemos a HQ de “Loucos” e “Turma da Mata: Muralha”.

As três light-novels fazem parte do projeto da MSP Graphics – Foto:

A Tia Nena está de volta à cozinha

A Tia Nena, que dá aulas de culinária para a Magali, é, na verdade, sua tia-avó. Nos gibis, Tia Nena também é uma bruxa (do bem) que consegue preparar todas as receitas do mundo e navegar entre dimensões de outras histórias para ajudar as pessoas por meio de suas receitas. Os poderes de Tia Nena vêm das bruxas da Lua, e é herdado por Magali em uma das edições do gibi e mais afrente em outras histórias do mangá da primeira série de Turma da Mônica Jovem.

Tia Nena também tenta ensinar a Magali à cozinhar nos quadrinhos – Foto:

Um fato curioso é que Maurício de Souza criou a personagem, mais especificamente em 1979, inspirada em uma cozinheira que tinha uma lanchonete na antiga sede do Grupo Abril, onde os gibis eram produzidos. Na década de 90, quando o prédio mudou de endereço, a Tia Nena abriu um restaurante na Lapa paulistana, chamado “Tia Nena Restaurante”, um self-service por quilo que funciona até hoje.

O aplique da mochila da Mônica é a Estrelinha Mágica

Quando Mônica é atropelada pela van de Tina e Rolo e sua mochila se rasga, Tina a conserta tampando o buraco com um aplique em tecido da Estrelinha Mágica. A personagem apareceu pela primeira vez num VHS em 1988, e depois ganhou uma redublagem e remasterização para DVD. No especial de Natal, vemos Mônica e Cebolinha encontrarem, na noite de Natal, a Estrelinha Mágica, que é a estrela de Belém usada para guiar os reis magos e, por um acidente, cai na Terra.

No começo do filme, o abajur da “Estrelinha” aparece apagado. Ao final, aceso, como uma metáfora – Foto:

O chaveiro da Pipa é o Bugu

Quando Tina conta a Mônica sobre como conheceu Pipa e Zecão, vemos o casal conversando e Zecão dando a Pipa um chaveiro de ninguém menos que o Bugu, um cachorrinho amarelo engraçado que deseja o tempo todo ser o protagonista das histórias. Ele até chega a incomodar o leitor e principalmente Bidu, por ser um personagem secundário de seu núcleo. Se mesmo assim você não se lembrar dele, tente puxar na memória pela sua famosa frase de efeito: “Alô, mamãe!”.

Bugu é frequente nas histórias do Bidu, famoso por sempre querer aparecer – Foto:

Cebolinha veste os personagens

Quando o quarteto vai pedir ajuda à franjinha, a estampa da camiseta do Cebolinha é o personagem Horácio, um filhote de tiranossauro rex que sempre compartilha de suas reflexões introspectivas com os leitores. Foi ele quem acabou dando um tom mais filosófico e dramático em várias das mensagens passadas nas historinhas dos gibis.

Cebolinha ainda dá um show de estilo em outra cena enquanto tenta conversar com Humberto. Ele usa uma camiseta estilizada do Astronauta, um dos personagens mais queridos entre o público adulto por suas questões existenciais – aprofundadas nas HQs das novelas gráficas.

Franjinha ainda dá “oi” àqueles que pegaram a referência – Foto:

Créditos com homenagens

Durante os créditos que antecedem a cena pós-crédito, vemos o nome do elenco subir o telão enquanto outros vários personagens secundários de saudosas histórias passam pelas laterais. Vemos, por exemplo, Tarugo, da turma do Piteco, e o Ogro, do curta “O Ogro da Floresta”, de 1987.

Toda a lista foi elaborada após esta espectadora e fã da turminha assistir ao filme. Se você encontrar mais alguma referência, avise-nos pelo Twitter @estudio_52, que a incluímos nesse post ;B

Maíra Torres

Repórter do Liberal, produtora do Gold Morning e apresentadora do Resumo Gold na FM Gold. Entusiasta de animações desde que aprendeu a abrir os olhos e otaku recém-nascida. A doida que assiste três filmes seguidos no cinema.

Estúdio 52

Quer saber sobre aquela série que está bombando na internet? Sim, temos. Ou aquele jogo que a loja do seu console vai disponibilizar de graça? Ok. Curte o trivial e precisa dos lançamentos do cinema? Sem problema, é só chegar.