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‘Era um garoto’, ao som da ressonância

Por Celso Gagliardo

11 de outubro de 2020, às 09h13

A longevidade dá oportunidade de provarmos os recursos disponíveis em todos os setores. Dia desses fui aconselhado – depois de muito relutar – a fazer exame de ressonância magnética. É não invasivo, a máquina faz a leitura e registro de imagens de órgãos para o médico concluir melhor seu diagnóstico. Sem utilizar radiação.

Na sala de espera as pessoas se entreolham com ares de inquietação, alguns pelo exame em si, outros pela expectativa do resultado apontar moléstia agressiva, progressão, regressão. Enfim, essas preocupações bobas que teimam nos ocupar quando menos esperamos.

Recebo instruções prévias e indagam se autorizo colocar contraste. Cateter instalado para o contraste e medicamento para aquietar os órgãos. E tem que trocar a calça porque não pode ter zíper.

Preparado, sou encaminhado ao exame. A máquina me esperava logo ali, numa sala fria e meio escura. Escolho ficar otimista. E orientam para que fique de barriga para cima, mãos para trás. Pergunto: “Vou caber aí“? E a doutora responde? “Vamos ver agora…”, e me avisa: “Seu exame é demorado, vai ficar mínimo de uma hora aí, tudo bem? Mais adrenalina.

A base da máquina desliza. Um dispositivo é fornecido para acionar socorro eventual. Mesmo com protetor auricular ouço um som irritante. E fico ali quietinho. Até surgiu em minha cabeça a música “Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones”. O som é mais ou menos naquela base do ra-tá-tá-tá-tá-tá.

Exame realizado, sou liberado e sem traumas. Que bom poder saltar dali e me movimentar. Ainda saí pela Avenida Brasil cantarolando a música dos Incríveis. Ah, mas a melhor música, mesmo, foi ouvir dias depois o médico dizer que era só suspeita. O resultado foi bom. Glória!

– Celso Gagliardo é profissional de recursos humanos.

Colaboração

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