De repente o recomeço.

E dentro de nós a certeza de que nada mais será como antes.
Querendo ou não, é inegável que esta pandemia da Covid-19 modificou radicalmente a vida de toda a humanidade. Tornando-se pois, por assim dizer, um necessário enfrentamento.

Os sorrisos espontâneos, bem como a alegria do reencontro, até então comemorado com um fraterno demorado e abraço, ficaram escondidos atrás de máscaras, que se tornaram itens obrigatórios na rotina de todos dos seres humanos.

Em constante ir e vir, mesmo porque é preciso continuar, há algo evidente que as máscaras não conseguem esconder: o sentimento que habita em cada um. E que os olhos nitidamente revelam: a incerteza do que virá pela frente, o medo de encarar o novo, mas de certo modo, igualmente a esperança de que este “pesadelo” acabe. E também um discreto brilho se vislumbra, quando somos fortalecidos em nossa fé, seja ela qual for.

É quando voltamos nossa atenção ao Universo e ao Criador, tentando encontrar, além de um sentido para tudo isso, uma força para encontrar a saída e se reinventar, e se redescobrir, em meio ao caos.

A palavra crise é um grande exemplo e seu forte impacto vai além da ortografia.

Tendo, a princípio, uma conotação negativa, retire a letra “s” e terá uma palavra inteiramente nova: Crie. E isso muda tudo.

Temos em nossas mãos a possibilidade de compor um outro cenário totalmente oposto, se assim o desejarmos.

Não nos cabe julgar quem pensa de modo diferente ao nosso, mesmo porque cada um é que pode dar uma dimensão exata às próprias dores.
Que, dentro em breve, possamos nos contagiar com a gargalhada de nossas crianças, em sua costumeira algazarra, nos ensinando que a alegria é o combustível da alma.

*Katya Forti é pedagoga