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Como somos avaliados

Por Humberto Pinho da Silva

03 de novembro de 2020, às 08h02

Que cada um vale o que vale, na coletividade, é verdade incontestável. Não só o lugar ou cargo que ocupa, mas também o local onde nasce, a família que pertence, o sobrenome que possui, a escola que frequentou. O grau acadêmico que obteve, o dinheiro que tem e até o título de nobreza, que herdou. Isso tudo conta, definitivamente, como somos avaliados.

Recordo ter lido – há muitos anos, – que uma senhora era recebida “principescamente”, onde se hospedava, porque ao registrá-la, o pai deu-lhe o nome de: Princesa…

Conhecido clássico da nossa literatura, cujo o nome se varreu completamente da memória, escreveu: “O zero vale consoante o lugar que ocupa: à direita ou à esquerda do cifrão. Cito de cor, mas o sentido é esse. Dom Francisco Manuel de Melo, em: “ Relógios Falantes”, narra o dialogo travado ente o Relógio do Paço e o Relógio das Chagas. O do Paço, era considerado. Todos se guiavam por ele. O das Chagas, passava por mentiroso.

Um dia, ambos se encontraram no relojoeiro. Eles foram trocados quando devolvidos. O Relógio do Paço passou a ser por todos, mentiroso. O das Chagas, que era ordinário e de mau fabrico, passou a ser “tão benquisto de verdadeiro”. O Relógio do Paço, por sua vez: “Subindo ao seu campanário ficou tão aceite, como sendo Relógio das Chagas, era murmurado”.

Assim acontece com os homens: avaliados consoante o lugar que ocupam, na sociedade e até, pelo partido, que militam. Sabe Deus com que convicção. Competência, mérito, sapiência. Em regra para nada serve, se não houver “pistolão” amigo, como dizem os brasileiros, e outras coisas mais, como dizia Cruz Malpique.

Humberto Pinho da Silva é de Portugal

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