O LIBERAL traz neste domingo uma reportagem que mostra um outro lado da crise do novo coronavírus (Covid-19) na RPT (Região do Polo Têxtil). O destaque nesta edição é para as estatísticas de curados da doença. Os números são ilustrados com relatos de superação de três pacientes, de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré, que tiveram complicações graves causadas pelo vírus, tendo que, inclusive, serem atendidos em UTI.

Apesar da difícil vitória contra a doença, há nas palavras dos três personagens da reportagem um discurso unânime, um apelo, que prega e exige da população o que as autoridades de saúde já alertam há tempos, seja na região, no Brasil ou no mundo: não se deve menosprezar o coronavírus.

Não é por acaso que a imprensa insiste em destacar os números, digamos, mais negativos desta doença, como as mortes e o total de infecções. Ao informar, por exemplo, que um brasileiro morre por minuto por conta do novo vírus, não se trata de fazer sensacionalismo, mas de dar o peso necessário a uma ameaça que precisa ser encarada com seriedade pelo cidadão e pelo poder público.

O lado bom desta crise sanitária existe: a maioria dos infectados se cura e é capaz de retomar uma vida normal, sim. Mas o lado negativo é, infelizmente, avassalador quando se coloca no papel que mais de 30 mil brasileiros perderam a vida para uma doença sem vacina, sem remédio, altamente transmissível e capaz de comprometer o funcionamento de hospitais e o tratamento de pacientes com outras comorbidades.

É preciso que haja bom senso ao tratar desta crise da Covid-19, uma ameaça quase incomparável em tempos recentes. Não deve o cidadão ser fisgado por teorias conspiratórias, pelas histórias mal contadas, pela indignação seletiva ou pela ideologia mesquinha e insensível. Os fatos e os números pintam um cenário grave. Estão aí. Por que ignorá-los.