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Editorial

A nova carreata

Por Grupo Liberal

19 de abril de 2020, às 11h46 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h47

Outra vez, Americana e Santa Bárbara d’Oeste assistiram a uma carreata que pedia a reabertura do comércio em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O movimento, como em outra ocasião, foi organizado nas redes sociais por bolsonaristas críticos ao governo de João Doria (PSDB).

O ato levou às ruas uma preocupação justa de famílias, empresários e comerciantes com o futuro das finanças pessoais, mas deu espaço para manifestações boçais e pontuais, como “fora STF” ou “intervenção militar já”. A carreata também pareceu uma resposta ao comentário do governador sobre a carreata anterior, que ocorreu na última segunda-feira. O tucano havia minimizado o protesto.

A situação é uma encruzilhada. Apesar de gozarem de uma grande autonomia para decidir sobre o funcionamento da cidade, as prefeituras poderão não ter sucesso se tentarem fugir do que determina o decreto do Estado, que mantém apenas atividades essenciais em funcionamento desde o dia 24 de março, e que foi prorrogado para 10 de maio.

Em Americana, por exemplo, a administração municipal tentou abrir exceções, mas recuou para se ater ao que manda o governo estadual, assim como outras cidades. Em Limeira, durou pouquíssima a aventura do prefeito local que decidiu, nesta sexta-feira, reabrir até mesmo shoppings e academias, mas, em menos de 24 horas, foi barrado pela Justiça.

As carreatas não demonstram, inicialmente, força suficiente para demover o Estado de sua quarentena. Pelo contrário, o exemplo que dão ao promover aglomerações como as que se viu em frente à Havan vão na contramão do que se precisa para conter os danos coletivos à saúde pública.

Mas também não se pode desprezar a grave situação que a interrupção das atividades causa à economia. Por isso, prefeituras e associações comerciais podem ter um papel preponderante na busca de saídas e planos para, não resolver, mas reduzir as consequências. A interlocução que são capazes de promover, na medida do possível, poderia ser uma aposta para responder às demandas locais e evitar que os protestos perdurem.

O Liberal

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