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Pelas Páginas da Literatura

Quatro livros para pensar a maternidade

Blog indica quatro livros que propõe reflexões sobre a maternidade, com perspectivas diferentes do senso comum

Por Marina Zanaki

07 de maio de 2021, às 10h59 • Última atualização em 07 de maio de 2021, às 20h55

Dizem que mãe é tudo igual, só muda de endereço. Se você olhar com carinho, contudo, vai perceber que cada mãe é diferente, e que a maternidade é apenas um de vários aspectos da vida daquela mulher. Sob essa perspectiva, acho que o ditado popular não é muito gentil com as mães, não é mesmo?

Acho que existe muito senso comum sobre a maternidade, alimentando ideias pré-concebidas sobre o assunto e criando expectativas irreais sobre as mulheres. Acredito que os livros são importantes aliados para nos ajudar a pensar sobre a maternidade por novas óticas.

Pensando nisso, desisti de fazer uma tradicional lista de “livros para presentear as mães” e trouxe uma breve seleção de obras que falam, direta ou indiretamente, sobre o tema. Faço assim um convite para refletir sobre como enxergamos a maternidade, buscando contribuir para valorizar as mães todos os dias do ano!

A filha perdida, de Elena Ferrante – Foto: Divulgação
  • A filha perdida, Elena Ferrante: Leda é uma professora universitária de meia-idade que faz uma viagem ao litoral italiano nas férias. Na praia, se encanta com uma jovem mãe e sua filha pequena. As duas personagens vão despertar em Leda pensamentos sobre sua própria relação com as filhas e sua maternidade.
  • Bordados, Marjane Satrapi: Essa história em quadrinhos acompanha um ritual feminino dos almoços de família da personagem iraniana Marjane Satrapi. Enquanto os homens iam fazer a sesta, as mulheres lavavam a louça. Depois, elas davam início a uma roda de bordado, marcada por conversas íntimas e confissões. Nesse livro, temos filhas, mães e avós em um diálogo revelador sobre ser mulher.
  • O ponto zero da revolução, Silvia Federici: Ser mãe é cuidar. Mas esse cuidado, que é amor, também é trabalho. Amamentar, vigilar, ensinar, cozinhar, brincar com os filhos: tudo isso é trabalho. A filósofa Silvia Federici parte desse pressuposto para tecer vários comentários sobre os trabalhos de cuidados que as mulheres carregam ao longo de toda a vida.
  • As mães, Brit Bennett: Já indiquei esse livro no Dia das Mulheres, mas trago de novo porque ele é muito bom mesmo. A obra acompanha duas amigas desde a adolescência até a vida adulta, despertando várias reflexões sobre como a maternidade marca a vida de uma mulher, seja ela uma mãe, seja ela uma filha. O olhar da escritora é muito profundo, e uma das melhores narrativas que já li sobre o assunto.

Encerro o texto com mais um ditado popular. Mãe é uma só, mas não precisa ser sozinha. Nesse Dia das Mães, ajude alguma amiga que está sobrecarregada com os filhos. A rede de apoio é essencial para a maternidade!

Marina Zanaki

Repórter do LIBERAL, a jornalista Marina Zanaki é aficionada pela literatura e discutirá, neste blog, temas relacionados ao universo literário.