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Um vendedor de sonhos nos semáforos de Sumaré

Com o desejo de empreender, aos 23 anos, jovem de Sumaré largou tudo para virar vendedor ambulante, viralizou na internet e hoje já acumula quase 30 mil seguidores

Por Jucimara Lima

27 de fevereiro de 2022, às 10h28 • Última atualização em 27 de fevereiro de 2022, às 10h29

O livro “O vendedor de Sonhos”, de Augusto Cury, narra a história de um homem moderno tomado por ansiedade e depressão que por carregar uma tristeza profunda quase desiste de viver. Dentro desse contexto, o personagem do “mestre” entra em sua vida e lhe oferece uma vírgula em troca do ponto final.

Muito além da venda, Lucas busca impactar as pessoas que cruzam seu caminho – Foto: Claudeci Junior – O Liberal.JPG

O jovem Lucas Schmidt, de 23 anos, também colocou uma vírgula em sua história e, a partir dela, passou a escrever uma nova trajetória. Jovem, sorridente e comunicativo, ele já sabe o que deseja: ter um negócio próprio e para isto, batalha.

Nascido no Rio Grande do Sul, Lucas se mudou para Sumaré ainda criança, devido a problemas de saúde que a mãe enfrentava. Filho de pintor de paredes, ele chegou a concluir o ensino médio, contudo, começou a trabalhar muito jovem. Aos 13 anos, labutava ao lado do pai. Aos 15, trabalhou em uma rede de supermercados como repositor de hortifrúti. E, aos 18, auxiliava em uma assistência técnica, época em que iniciou um curso de solda no Senai.

Algum tempo depois, após um processo seletivo, Lucas foi contratado para trabalhar em uma multinacional e, assim, teve o primeiro contato com vendas. Quando a pandemia estourou, ele se desligou da empresa. “Saí da Honda, sem saber o que fazer. Aí pensei: são mais de 200 casas no condomínio onde moro e todo mundo consome ovos. Esse foi o começo”, conta ele.

Com os negócios andando, Lucas tentou montar sociedade com um conhecido, entretanto, com as dificuldades impostas pelo período a parceria acabou não dando certo, especialmente porque Lucas decidiu vender nas ruas.

“Eu chamei ele para vir comigo, mas ele não quis, disse que iria machucar um pouco o seu ego. Eu super entendi, mas para mim era o que eu queria no momento, então fui sozinho para os semáforos”, recorda.

As placas. Sempre usando máscaras e respeitando o espaço das pessoas, Lucas teve a ideia de escrever placas para facilitar a comunicação com os clientes. A primeira produzida foi uma que viu em uma websérie e dizia: “Quero ser empresário, tudo tem um começo, paçoca a 1 real”.

O ambulante conta que se sentiu representado pela mensagem e se recorda que após duas semanas usando a placa, um casal passou por ele e disse: “Você não vai ser ser um empresário, você já é”. “Naquele momento parece que virou uma chave. Foi inclusive quando eu fiz a placa que viralizou: Paçoca a 5 reais. Se você sorrir eu faço a 1”.

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A imagem dele segurando a placa foi postada em uma de suas redes sociais e acabou correndo o mundo, motivo pelo qual virou pauta de várias reportagens.

“Eu confesso que me assustei, contudo, pensei que pudesse ajudar outras pessoas que estivessem desempregadas, então, passei a postar mais”, disse.

Dificuldades. Claro, que nem tudo são flores nas ruas, ainda assim, Lucas encara com maturidade as adversidades. “Eu tenho empatia pelas pessoas. Eu sei que muitas delas estão passando por problemas sérios e esse entendimento me conforta quando não sou bem recebido”, pontua.

Segundo Lucas as mensagens escolhidas para colocar nas placas visam sempre impactar positivamente as pessoas. Outra placa dele que viralizou e que tinha como intenção sensibilizar por uma causa foi “Já alimentou um cãozinho de rua hoje? Ração 1 real”.

Vendendo Sonhos. Dois anos depois de iniciar a venda ambulante, após uma breve temporada na Bahia e em São Paulo, onde participou de mentorias, se formou como coaching, analista DISC e treinador comportamental, Lucas escreveu um e-book onde ensina como se posicionar no Instagram, e comercializa o material pela bio do @ovendedorambulante.

De volta a Sumaré, o rapaz atua de segunda a sexta-feira nos semáforos próximos à Avenida Rebouças e jura que é desse trabalho que tira o sustento . Recomeçando a vida no interior, ele mantém vivo o desejo de continuar empreendendo com criatividade e incentivando as pessoas a fazerem o mesmo.

Além disso, mantém a vontade de abrir um negócio físico, mesmo que até o momento ainda não saiba exatamente em qual segmento. “Por enquanto, quero continuar transmitindo minha mensagem e ganhar experiência”, relata.

Para quem deseja seguir seus passos e realizar algum sonho, ele aconselha. “Hoje em dia é possível encontrar todo tipo de informação e conhecimento na internet. Não espere estar pronto para começar. Vai ficando pronto no processo. Se está no seu coração o desejo de fazer algo, vai para cima”, finaliza.

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