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Greve

Funcionários dos Correios na região aderem greve nacional

A maior adesão ocorreu em Santa Bárbara d’Oeste, onde cerca de 90% dos funcionários resolveram entrar em greve

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18 de agosto de 2020, às 10h59 • Última atualização em 18 de agosto de 2020, às 12h09

O Sintectcas (Sindicato dos Trabalhadores em Correios de Campinas e Região) decidiu, em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (17), aderir a greve nacional da categoria, que teve início hoje. Os funcionários da RPT (Região do Polo Têxtil) são representados por esse sindicato.

Ao LIBERAL, o diretor do Sintectcas, Mauro Mauro Aparecido Ramos, afirmou que entre 60% e 70% dos trabalhadores da RPT se juntaram ao movimento e estão em greve. A maioria são carteiros, diz Mauro. Não há previsão para a greve terminar.

A maior adesão ocorreu em Santa Bárbara d’Oeste, onde aproximadamente 90% dos funcionários concordaram com o movimento. Em Americana a adesão foi de cerca de 60% e em Hortolândia, de 65%.

Na RPT, há cerca de 350 trabalhadores. A adesão superou a expectativa do diretor, que esperava inicialmente que cerca de 30% dos funcionários participassem do movimento.

O movimento foi anunciado pela Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) no início do mês. 

Um dos motivos, segundo a categoria, é uma proposta feita pelos Correios de exclusão de 70 das 79 cláusulas do atual acordo coletivo, válido até 2021.

Entre os direitos que seriam retirados, estão vale-alimentação, 30% do adicional de risco e licença-maternidade de 180 dias.

“Como a paralisação é nacional e, principalmente, os grandes centros onde está tendo a maior pressão, a gente espera que a empresa venha a reabrir um canal de negociação”, afirmou Mauro ao LIBERAL.

Por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a assembléia foi realizada com número restrito de trabalhadores, seguindo os protocolos da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Outro lado

Questionado pelo LIBERAL, os Correios informaram que os dados sobre os efetivos e unidades atingidas pela greve estão “em apuração” e que novas informações poderão ser prestadas ainda nesta terça.

Confira a nota na íntegra

Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.

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