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educação

Após queda em 2021, inscrições do Enem voltam a subir na região

No ano passado foram 8.778 estudantes inscritos na RPT, contra 9.144 em 2022; provas são em novembro

Por Maria Eduarda Gazzetta

23 de julho de 2022, às 08h00

Nicole vem estudando mais exatas, e se dedica em média 13 horas por dia - Foto: Junior Guarnieri - Liberal.JPG

O número de inscritos da RPT (Região do Polo Têxtil) este ano para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) registrou aumento se comparado com 2021. No ano anterior, 8.778 estudantes se inscreveram para o teste. Já agora são 9.144 candidatos, ou seja, 4% a mais que se preparam para as provas, marcadas para 13 e 20 de novembro.

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Em 2020, o número de candidatos na região, de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), foi de 17.426. No ano seguinte, a estatística de interessados em realizar a prova caiu quase 50%, com 8.778 inscrições.

A cidade com maior número de inscritos este ano é Americana, com 2.743; em segundo aparece Sumaré (2.231 inscrições), seguida de Hortolândia (2.198), Santa Bárbara d’Oeste (1.483) e Nova Odessa, com 489 estudantes inscritos.

Rebeca já sabe em que instituições de ensino pretende entrar – Foto: Marcelo Rocha – Liberal.JPG

Quem faz parte deste índice é Rebeca Ferreira Fortunato, de 16 anos. A estudante do 3º ano do ensino médio de um colégio particular de Americana se prepara para o teste desde 2020. Ao LIBERAL, ela relata que todos os dias faz um resumo de tudo o que aprendeu na escola e resolve exercícios.

Apesar dos estudos diários, Rebeca comenta que a maior dificuldade que vai enfrentar nos dois dias do teste é a ansiedade e o medo, além das questões de exatas. Se por um lado a adolescente está em dúvida se irá cursar jornalismo ou educação física, as instituições de ensino que pretende entrar já estão na ponta da língua: USP (Universidade de São Paulo), Unicamp e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Assim como Rebeca, Nicole Ribeiro Gomes está se preparando para o Enem desde o 1º ano do ensino médio, quando estudava em uma escola particular de Americana. Hoje, aos 18 anos, e fazendo cursinho preparatório, a estudante tem como objetivo conseguir a nota de corte necessária para estudar economia em algumas das instituições de ensino mais concorridas do País: Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) ou UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

A maior dificuldade de Nicole está nas matérias que não domina, as de exatas. Por isso, sua rotina envolve, em média, 13 horas de estudo. Com toda a prática de exames anteriores, ela acredita que em 2022 estará mais preparada.

DADOS. Apesar do leve aumento nas inscrições, a doutoranda em educação pela Unicamp e diretora geral do Instituto Federal de São Paulo, no campus de Hortolândia, Caroline Jango, diz que os dados apontados deveriam ser estudados com maior profundidade. “Esses números de 2021 e 2022 só mostram os grandes desafios da retomada da cultura escolar.”

Para a especialista é necessário analisar o contexto socioeconômico. “Temos um contingente de desempregados, então as pessoas sabem que buscar uma qualificação profissional pode alterar uma condição. De fato, também temos a retomada da cultura escolar. Além disso, precisamos pensar na permanência. Neste momento pandêmico, a permanência foi uma das características que mais foram abaladas”, conclui.

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