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Projeto social ajuda a promover saúde mental em Sumaré

Idealizador, psicólogo superou depressão e hoje ajuda que sofre com condições psicológicas; conheça

Por Jucimara Lima

26 de fevereiro de 2024, às 09h38 • Última atualização em 26 de fevereiro de 2024, às 16h47

O projeto social “Colorindo a Mente” nasceu com o objetivo de promover a saúde mental de pessoas que talvez não pudessem pagar por uma sessão de terapia e que se encontravam isoladas da sociedade devido a patologias psicológicas.

Idealizada pelo psicólogo Rafael Augusto Costa, de 38 anos, de Sumaré, a ideia teve duas grandes motivações: primeiro, um desejo do profissional de devolver à sociedade um pouco do que aprendeu na faculdade pública, mas principalmente pelo fato de ele mesmo ter superado uma depressão na adolescência, fato que o levou a cursar a faculdade de psicologia.

“É uma missão pessoal e o meu maior prazer é ver as pessoas voltarem a colorir suas vidas com a alegria”, argumenta.

Implantado em 2016, o projeto começou com apenas 15 pessoas, atraídas por um anúncio feito no Facebook. Hoje há fila de espera. “São 40 vagas, contudo, vou fazendo uma lista e conforme as participantes vão sendo desligadas, outras vão ingressando.”

Para se candidatar, o único critério é se comprometer a não faltar. “Nossos encontros são semanais e acontecem na Represa do Marcelo, um ambiente ao ar livre, perfeito para promover uma conexão com a natureza, que também ajuda muito na terapia.”

Projeto também promove o fortalecimento de laços e a socialização – Foto: Divulgação

Uma curiosidade é que como a procura inicial foi feita apenas por mulheres, o grupo de terapia acabou sendo formado exclusivamente pelo público feminino.

Frequentadora há três anos, a dona de casa Elisangela Cristina Andrade da Silva, de 49, conta que conheceu o projeto via Instagram e que hoje a terapia em grupo é uma “benção” em sua vida. “Ela me tira da zona de conforto. Hoje, durmo bem e deixei de tomar um dos dois remédios que tomava para depressão”, afirma.

Como funciona o projeto

Diferente da maioria dos grupos de terapia, o Colorindo a Mente passa longe de uma simples roda, onde os participantes falam sobre seus problemas e o psicólogo atua como mediador.

Movimentados, os encontros começam com um café da manhã preparado pelas próprias participantes, seguem com dinâmicas, que iniciam com músicas positivas para aumentar a energia coletiva, passam por alongamentos, massagens que umas fazem nas outras, além de momentos de reflexão e introspecção. Elas dançam, interagem, riem e choram.

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Profundo conhecedor de arteterapia, o profissional utiliza a pintura e diversas técnicas artísticas para explorar o processo criativo como forma de recriar novos conceitos na mente. Para ele, o conjunto de ações é o que garante o sucesso terapêutico.

“Nossa metodologia é exclusiva e foi desenvolvida através de erros e acertos. Mesclamos diversos conceitos com a psicanálise e toda essa bagagem junta funciona muito bem, somada ao fortalecimento de vínculos entre as participantes que se apoiam mutuamente desenvolvendo autonomia e trabalho em equipe”, explica Rafael.

Psicólogo considera o “Colorindo a Mente” uma missão profissional e pessoal – Foto: Claudeci Junior/Liberal

Com o crescimento do projeto, nasceu o segundo eixo, o coral “Coloridamente”. “Quando tive depressão, uma das coisas que me ajudou a superar foi a música, então, a ideia de formar um coral surgiu desse resgate de memória.”

De acordo com Rafael, eles iniciaram em 2019, foram interrompidos na pandemia e retomados no início desse ano, desta vez, com o apoio da lei de incentivo Paulo Gustavo, que ajudou a custear a compra de artigos e a contratação de um regente e de uma pianista. “Apesar dessa ajuda, vale ressaltar que nossa iniciativa é totalmente voluntária, independente e sem ligação com religião ou instituições políticas.”

Em expansão

Seguindo a expansão, a partir de março será implantado o projeto de atividade física, com o objetivo de promover bem-estar e controle da ansiedade. A ação acontecerá duas vezes pela manhã, em um espaço dentro do Condomínio Villa Flora, mesmo local onde ocorrem os ensaios do coral.

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Além desse eixo, Rafael tem o desejo de utilizar filmes para promover a saúde mental. “Já fiz uma experiência aqui na clínica e foi muito interessante. Usamos filmes da Disney, animados e felizes, e trabalhamos temas como luto e segregação familiar de maneira lúdica”. Para isto, ele está em busca de uma espaço físico adequado.

Satisfeito com o projeto, que já atendeu mais de 500 pessoas de 25 a 80 anos, Rafael ressalta a importância de desmistificar as questões de saúde mental.

“É necessário que haja um processo de conscientização das pessoas para entender que a ciência está aí para ajudar, portanto, da mesma forma que quando a gente tem um problema de saúde física, procuramos um médico, é preciso aceitar que a pessoa que sofre com problemas emocionais precisa buscar ajuda psicológica, psiquiátrica ou terapêutica”, finaliza.

Para quem quiser acompanhar mais detalhes do projeto, o Instagram é@projetocolorindoamente.

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