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VIOLÊNCIA

Assassinos de ganhador da Mega-Sena de Hortolândia não pediram dinheiro à família

Homem de 55 anos, que ganhou R$ 47 milhões em 2020, morreu nesta quarta-feira após ser espancado; polícia busca criminosos

Por Cristiani Azanha e João Colosalle

15 de setembro de 2022, às 13h09 • Última atualização em 22 de setembro de 2022, às 15h04

O milionário Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morreu após ser sequestrado em Hortolândia - Foto: Reprodução/Facebook

Os supostos assassinos do morador de Hortolândia que ganhou na Mega-Sena não pediram dinheiro à família do homem. A informação é da Polícia Civil, que ainda tenta encontrar os autores do crime.

Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morreu nesta quarta-feira (14) após ser encontrado ferido na alça de acesso da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101) para a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia.

Ele, que ganhou R$ 47 milhões na Mega-Sena, em 2020, teria sido alvo de bandidos que tentaram roubá-lo a partir de transferências bancárias.

Segundo informações do boletim de ocorrência, foram feitos um Pix de R$ 18,6 mil e dois saques de R$ 1 mil a partir de uma conta em uma agência da Caixa em Monte Mor. Também teria havido a tentativa de uma transferência de R$ 3 milhões, que não se concretizou.

No final da manhã desta quinta-feira (15), delegados da Polícia Civil falaram sobre o caso à imprensa, mas não deram detalhes sobre as linhas de investigação.

Delegados do Deinter-9, da Deic e da Delegacia de Hortolândia falam com a imprensa sobre morte de ganhador da Mega-Sena – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Segundo o delegado Kléber Altale, que dirige o Deinter-9 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), o caso foi premeditado, mas não houve contato dos bandidos com a família, o que poderia descartar o crime de extorsão mediante sequestro. “Houve um pretenso sequestro”, comentou.

Para a Polícia Civil, os bandidos sabiam que a vítima tinha dinheiro. “Todas as linhas de investigações estão abertas. Se alguém sabia que ele tinha dinheiro? Sim, sabia. Porque o bairro em que ele vivia todo mundo sabia que ele tinha um numerário, não quanto, razoável”, afirmou o delegado titular de Hortolândia, João Jorge Ferreira da Silva.

Jonas Lucas, ainda segundo a polícia, era morador do bairro Jardim Rosolem, em Hortolândia, e, mesmo após ter sido premiado, não deixou de viver no local.

“Ele não tinha seguranças. Era uma pessoa humilde, vivia no mesmo bairro que viveu a vida inteira, em uma casa simples. Só era um privilegiado por ter ganhado dinheiro”, comentou o diretor do Deinter-9.

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A apuração sobre a morte do ganhador da Mega-Sena, que tem repercussão nacional, mobiliza a cúpula e departamentos da Polícia Civil.

Não é comum, por exemplo, que o Deinter-9 se envolva publicamente em investigações. Além do departamento, a Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Piracicaba também auxilia na busca pelos criminosos.

A polícia tem procurado por imagens de câmeras de segurança que possam dar indícios de como o crime ocorreu e quem possa estar envolvido. Segundo os delegados, Jonas não utilizava celular, mas um aparelho apresentado pela família deve passar por perícia.

Questionado por jornalistas se a morte do ganhador da Mega teria relação com os corpos de três homens moradores de Santa Bárbara d’Oeste encontrados às margens da Estrada Municipal Ivo Macris, em Americana, na manhã desta quarta-feira (14), o delegado João Jorge descartou a possibilidade.

O caso

Jonas teria sido visto pela última vez na terça-feira (13), quando saiu para caminhar pela manhã no bairro, como fazia com frequência, sem celular. No final da tarde, a família estranhou o fato de ele não ter retornado e tentou registrar um boletim de desaparecimento por meio da delegacia eletrônica, pela internet, mas não conseguiu. Na manhã desta quarta, o registro foi feito.

Ainda na manhã da quarta, porém, familiares de Jonas foram chamados ao Hospital Municipal Mário Covas, em Hortolândia. O homem havia sido levado para a unidade por uma ambulância da Autoban, concessionária responsável pela Rodovia dos Bandeirantes.

Quando chegaram ao hospital, a vítima estava intubada, mas morreu momentos depois em decorrência de traumatismo craniano encefálico. Jonas, segundo a polícia, tinha marcas de espancamento.

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