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Saúde

Apesar de bem-vinda, vacina da dengue terá impacto apenas em 2025, afirmam especialistas

Faixa etária selecionada para a imunização é limitada, e a proteção efetiva só ocorrerá após a aplicação da segunda dose

Por Ana Carolina Leal

29 de março de 2024, às 08h23

A vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com início previsto para a próxima semana nos municípios da RPT (Região do Polo Têxtil), é uma importante aliada no combate à doença. No entanto, especialistas afirmam que os efeitos da imunização só serão percebidos em 2025.

Médica infectologista do Hospital Unimed em Americana, Ártemis Kílaris aponta que, embora a vacinação seja um avanço, a faixa etária selecionada para a imunização é limitada, e a proteção efetiva só ocorrerá após a aplicação da segunda dose.

A vacina contra a dengue começará a ser aplicada em crianças e adolescentes – Foto: Rogério Vidmantas / Prefeitura de Dourados

“Os vacinados só estarão imunizados depois do reforço, que ocorrerá daqui a três meses, período em que a epidemia atual já pode estar em declínio”, explica.

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Ela destaca que o impacto da vacinação será observado nos próximos anos, especialmente na redução de casos graves que exigem hospitalização, uma vez que a vacina contribui para diminuir as complicações decorrentes da doença.

Arnaldo Gouveia Junior, também infectologista, enfatiza que a faixa etária de 10 a 14 anos é a segunda mais vulnerável, com altas taxas de internação e complicações graves, superada apenas pelos idosos em contextos de surtos recorrentes.

“A vacinação pode não ter um impacto imediato na epidemia em geral devido à parcela pequena da população ser coberta, mas pode reduzir significativamente as internações pediátricas”, afirma.

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Infectologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi chama a atenção para a quantidade limitada de vacinas disponíveis, indicando que o impacto será mais notório no nível individual para as crianças e adolescentes vacinados, que estarão protegidos contra a dengue no próximo ano.

Ela reforça a importância das medidas preventivas, como o uso contínuo de repelentes e o combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti.

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Logística

Raquel também destaca o desafio logístico de administrar a vacina da dengue simultaneamente com a campanha de vacinação contra a gripe, considerando que os vacinados precisam permanecer sob observação por 15 minutos após a aplicação.

“Isso demandará um grande esforço do sistema público de saúde, já sobrecarregado pelo atendimento a casos de dengue, Covid-19 e pela campanha de vacinação contra a gripe”, conclui.

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