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Quando o acaso transformou alguém que não gostava de Natal em Papai Noel

Americanense se transformou pela 1ª vez em um evento beneficente para substituir um Papai Noel que teve problemas de saúde

Por Jucimara Lima

11 de dezembro de 2023, às 09h37 • Última atualização em 11 de dezembro de 2023, às 15h24

Videomaker conta que a transformação aconteceu porque ele foi se dando conta do quanto alegrava as crianças - Foto: Arquivo Pessoal

O videomaker e fotógrafo americanense Fernando Kazuo Kai, conhecido como “Baioneis”, de 42 anos, nunca foi muito fã do Natal, pelo menos não, até se transformar em um Papai Noel que sai distribuindo presentes e alegria pelas ruas da cidade. “Eu considerava a data triste”, explica.

A percepção dele faz sentido, considerando que durante 11 anos morou no Japão, país no qual as tradições são bem diferentes.

“Me afastei das comemorações, pois lá não é uma festa comemorada como no Brasil. Inclusive, passei muitos anos trabalhando em fábricas e quando se está morando fora, longe da família e amigos, a data aperta ainda mais a saudade”, reflete.

A história com a data começou a mudar há alguns anos, quando ele ainda trabalhava na produção de um programa de TV e precisou substituir de última hora um Papai Noel que teve problemas de saúde e não pôde comparecer.

“Eu caí de paraquedas nesse negócio, pois não sou ator, nunca tinha me fantasiado e acabou que apresentei quatro programas”, diverte-se.

Depois da primeira experiência como “Bom Velhinho”, Baioneis só voltou a se vestir de Papai Noel alguns anos depois, a convite de uma amiga que estava promovendo uma ação social para crianças em situação de vulnerabilidade e conhecia a história dele.

“Era um evento para entrega de cestas de Natal e brinquedos pra famílias carentes. Confesso que, a princípio, fiquei um pouco contrariado, justamente por não gostar da data, mas aceitei pela causa e foi aí que a coisa começou a mudar”, recorda.

O videomaker conta que a transformação aconteceu porque ele foi se dando conta do quanto alegrava as crianças.

“Naquelas poucas horas que ficava com elas, era importante se doar, ouvir as histórias, tentar levar um pouco de alegria pra aquelas famílias que chegavam felizes e saíam radiantes por levarem seus filhos pra ver o Papai Noel. Aí, comecei pegar gosto pela coisa”, lembra.

História com a data começou a mudar há alguns anos, quando ele precisou substituir de última hora um Papai Noel que teve problemas de saúde – Foto: Arquivo Pessoal

Fortalecimento. A missão se fortaleceu ainda mais quando conheceu a esposa Bruna Ramalho, de 34 anos, gestora administrativa, que passou a compor o que chamam de “Time Noel”.

Apaixonada pela data, Bruna sente que o marido ganhou um presente ao ser chamado para ser Papai Noel.

“Essa ação vem preparando ele há algum tempo, pois percebo que aos poucos ele sente o Natal, ainda mais depois que foi pai”, referindo-se ao filho Frederico Haruto Kai, de 4 anos, que ainda na barriga da mamãe já participava do momento e que esse ano agitou as redes sociais chamando as pessoas para ajudarem na arrecadação.

Para Bruna, a ação é sinônimo de esperança e lhe desperta recordações. “Quando vou chegando perto e vejo o olhares brilhantes das crianças para o Papai Noel, lembro da minha infância e me traz uma sensação de esperança, pois já estive do outro lado. Em um dos locais que vamos, minha mãe pegava leite para nós e hoje eu estou lá retribuindo de alguma forma”, emociona-se.

Para Baioneis, o apoio da esposa e do filho é fundamental para continuar a ação.

“Ela brinca com as crianças, ajuda a distribuir os sorvetes que a Koldi Sorvetes nos doa – eles doam um carrinho cheio de picolés, e são os picolés dos sabores que eles mais vendem no ano – e quando conseguimos, fazemos café da manhã pras famílias também. Então, enquanto recebo as famílias pra entrega das cestas e brinquedos, ela cuida do pessoal na festa, e agora, faz quatro anos que meu pequeno também passou a participar”, orgulha-se.

Memórias. Um marco triste e emblemático nessa trajetória foi o falecimento de um primo de Baioneis, um jovem que foi assassinado, dias antes de fazer uma ação de Natal.

“Ele era filho de uma prima minha, que tinha criado uma campanha de arrecadação de brinquedos onde ele seria o Papai Noel para entregar no Zincão, mas infelizmente ele foi assassinado e não pôde realizar a ação. Aí, minha prima, que me acompanha sempre, me convidou para ser o Papai Noel. Foi só então que comecei a ver ainda mais a importância da data para as pessoas”, explica ele, que hoje usa um par de botas que era do primo durante as entregas, como uma forma de homenageá-lo.

Baioneis se preparando para sair com o seu “Time Noel” formado pela esposa e pelo filho – Foto: Arquivo Pessoal

Chegada. Um fato curioso sobre as chegadas de Baioneis nos locais onde faz as entregas é que ele já foi de Fusca branco de rodas vermelhas, caminhão do Corpo de Bombeiros e agora chega de Honda Biz branca.

Em 2023, a ação passará pelo Zincão, no Parque da Liberdade, com grande expectativa de distribuir em outras comunidades carentes.

“Se conseguirmos um bom volume de doações, vamos para outros lugares”, explica ele, que hoje ama ser Papai Noel. “Não sei se é uma missão ou uma forma de agradecer à vida por tudo que tenho. Tenho uma família que me fez gostar da data novamente, tenho uma condição saudável para trabalhar, consigo por meio de amigos arrecadar algumas coisas para doar, vejo a alegria das crianças e seus familiares, além de todos envolvidos na hora das entregas, então, não sei explicar, mas se for uma missão conseguir levar todo ano um pouco disso para as crianças eu não pretendo parar tão cedo”, comenta.

Quem desejar colaborar, entre em contato pelo WhatsApp (19) 99465-9145. Lembrando que a arrecadação é de brinquedos e doces, além de cestas básicas. 

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