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Esgoto

Poluída, Lagoa do Piva tem presença de fósforo além do limite

Nutriente presente no esgoto serve de alimento para os aguapés que tomam o corpo d’água na lagoa, segundo o DAE de Americana

Por André Rossi

21 de agosto de 2019, às 08h39

A presença de fósforo na Lagoa do Piva, em Americana, está 320% acima do limite permitido, segundo medições do DAE (Departamento de Água e Esgoto). A informação foi apresentada pelo promotor Ivan Carneiro Castanheiro, que conduz um inquérito civil sobre o caso.

Durante encontro na segunda-feira, foi formada uma Comissão de Acompanhamento das ações destinadas à recuperação da qualidade da água da lagoa e que será coordenada pelo DAE. A primeira reunião e visita técnica do grupo acontece nesta quinta-feira.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Plantas aquáticas dominam a Lagoa do Piva, em Americana

Representantes do DAE, da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos e dos condomínios no entorno da lago participaram do encontro. Para o promotor, a situação é complexa.

“O fósforo é um nutriente que está presente no esgoto e, ao que tudo indica, a lagoa está eutrofizada, ou seja, é consequência da existência enorme de plantas aquáticas que tomam mais de metade da lâmina d’água da Lagoa do Piva”, disse Ivan, que traçou um paralelo com a situação da represa de Salto Grande.

“É o mesmo fenômeno. Um ambiente lêntico, a água não tem mobilidade, não entra e sai da lagoa rapidamente (o esgoto). Isso permite o acúmulo desse fósforo, que é o alimento do aguapé. Por isso que se fala que está eutrofizado, está cheia de plantas aquáticas”, explicou o promotor.

As amostras coletadas na lagoa apontaram presença de fósforo acima do limite estabelecido por resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), mas não foram suficientes para identificar lançamentos clandestinos específicos.

Além de determinar que o DAE colete novas amostras, o promotor solicitou que a Cestesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) faça análise laboratorial.

“As causas dessa poluição no corpo d’água podem vir de vários pontos de lançamento. É importante dizer que o laboratório do DAE é para operacionalização. Ele não faz a análise de todos os parâmetros de poluentes. É uma análise, do ponto de vista técnico, insuficiente, por isso estamos pedindo a ajuda da Cetesb”, comentou Ivan.

Foi deliberado ainda que o DAE avise aos usuários dos bairros do entorno da Lagoa do Piva sobre a obrigação das ligações de rede de esgoto doméstica estarem adequadamente conectadas, desativando-se de eventuais fossas (sépticas ou negras). A regularização precisa ser feita num prazo de 30
dias, sob pena de autuação e multa.

O LIBERAL questionou a prefeitura sobre o caso, mas foi informado que o técnico que poderia responder estava em reunião externa e só seria possível um posicionamento nesta quarta-feira.

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