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Americana

Nos semáforos, vendedores buscam fonte de renda

Em Americana, há quem tenta bancar as contas do dia a dia ou pagar as mensalidades da faculdade

Por Maria Eduarda Gazzetta

16 de janeiro de 2022, às 09h26 • Última atualização em 16 de janeiro de 2022, às 10h13

Rogério vende balas no farol da Avenida Cillos - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

A falta de oportunidades de trabalho levou o desempregado Rogério Alves Flausino, de 35 anos, a encontrar nos semáforos a alternativa para conseguir uma ajuda no orçamento familiar. O ajudante geral já trabalhou em indústrias da região e sem um emprego formal há dois anos, começou a vender balas no farol da Avenida Cillos.

Rogério mora em Santa Bárbara d’Oeste, mas todos os dias pega o ônibus para Americana para vender as jujubas. O ajudante contou ao LIBERAL que, por dia, consegue arrecadar de R$ 60 a R$ 70.

O dinheiro é entregue para mãe, com quem mora no Conjunto Habitacional dos Trabalhadores, junto com o padrasto, a irmã e a filha de 15 anos. Além do dinheiro das vendas, Rogério relata que muitos motoristas que passam pelo local ajudam o vendedor com alimentos não perecíveis.

Apesar do montante conseguido com as vendas e as ajudas voluntárias, Rogério diz que não desistiu de conseguir um emprego formal. “Eu vendo porque eu não tenho oportunidade, mas eu penso em voltar a trabalhar. Estou aqui porque tenho que batalhar, se não, a gente não ganha nada”, concluiu.

Daniela e Amanda vendem doces no semáforo para bancar cursos na faculdade – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

Assim como Rogério, Daniela Cavallare Alves, de 22 anos, também encontrou no semáforo a oportunidade para ajudar financeiramente em casa e pagar a faculdade de design de moda. Dani, como é chamada, vem pelo menos três vezes na semana de Limeira até a Avenida da Saudade para vender brigadeiros. Com as vendas, a estudante consegue render cerca de R$ 200 por dia.

“Eu saí do lugar que trabalhava e já estava devendo uma parcela da faculdade. Mandei uns currículos, mas não tinha conseguido. Então minha mãe me sugeriu de começar a vender alguma coisa. Comecei com bala, vi que dava certo, paguei as parcelas atrasadas do curso. Agora faço os brigadeiros com a ajuda da minha mãe”, explicou ao LIBERAL.

A jovem diz que termina de cursar a faculdade no final deste ano e, então, pretende continuar com vendas, mas on-line. “Neste momento compensa continuar aqui, mas obviamente não é isso o que eu quero fazer. Quero trabalhar com e-commerce e quem sabe, fazer minhas próprias roupas e vender”, contou.

A estudante de enfermagem Amanda Luana Oliveira, de 18 anos, divide o espaço da venda com Dani. Ela também vende brigadeiros e consegue arrecadar cerca de R$ 150 por dia.

”Eu tentei vender algumas coisas pela internet, mas não deu certo. Então, meu pai me disse para começar a vender [brigadeiros]. Minha mãe me ajudou e está dando certo. Consigo pagar a bolsa da faculdade e ainda ajudo em casa”, disse a moradora do São Vito.

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O professor de economia da FAM (Faculdade de Americana), Artur Soave Frezza, relata que o aumento de pessoas vendendo produtos nas ruas, é um reflexo do crescimento do desemprego.

“Com isso também há o medo de buscar um emprego e não encontrar uma porta aberta no mercado de trabalho, então acaba levando as pessoas a opções que exigem menos, como a venda na rua”, disse.

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