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Notícias que inspiram

Na alegria, na dor e no recomeço

Americanense que escreveu livro narrando a história de doença rara da esposa relata como está a vida cinco anos após o susto

Por Jucimara Lima

31 de janeiro de 2022, às 07h53 • Última atualização em 31 de janeiro de 2022, às 07h54

Cinco anos após o diagnóstico, família reescreve história e faz planos para o futuro - Foto: Claudeci Junior - O Liberal.JPG

O curso de vida do casal americanense Andrea Ferreira de Araújo Franciscon, de 35 anos, e Carlos Franciscon, de 38, seguia de maneira natural, cheio de planos e projetos. Jovens e apaixonados, namoraram durante três anos, após se conhecerem em uma comunidade do Orkut de uma amiga em comum, e se casaram em 2008.

Cinco anos depois, partilharam a alegria do nascimento do primeiro filho, Lucas. Nessa época, Carlos se dedicava ao trabalho de instrutor de treinamentos em uma multinacional.

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Formada em fisioterapia, Andrea sempre foi muito ativa e costumava administrar bem o tempo entre trabalho e família. Em 2017, engravidou novamente e durante um ultrassom de rotina, veio o susto: descobriu um sarcoma de Ewing em partes moles, ou seja, um tumor maligno. O mundo desabou para eles. Amanda, a seguda filha, viria ao mundo no pior momento da vida.

“Fiquei muito insegura, tive medo de a minha gestação não ser concluída e pensei que poderia não conseguir ver meus filhos crescerem”, recorda ela, que nunca perdeu a esperança, muto menos a fé em Deus, mesmo os prognósticos sendo muito negativos, tanto pela gravidade quanto pela raridade do caso.

Coragem para seguir. Após o baque, Andrea encontrou forças em Carlos para prosseguir. Corajosa, encarou um processo de quimioterapia pré-cirúrgica, acompanhada de algumas radioterapias. Além disso, passou por uma cirurgia de esvaziamento pélvico completo e dupla ostomização e mais algumas sessões de quimioterapias. A filha nasceu e a vida seguiu.

Ao todo foram dois anos de muitas idas e vindas a hospitais. Para aliviar a cabeça, Carlos criou o hábito de ir relatando essas vivências em forma de diário. “Era minha maneira de registrar e desabafar um pouco sobre as lutas diárias”, recorda. Contudo, com o tempo, ele foi sentindo a necessidade de compartilhar com outras pessoas. “Daí pra frente foi um caminho bastante natural, visto que eu já gostava muito de escrever artigos. Porém, livro mesmo, seria minha primeira experiência.”

Na Alegria e na Dor

Quando Andrea ficou sabendo que o marido pretendia transformar a experiência deles em um livro se emocionou. “Achei muito bonita a forma que ele colocou. Claro, que revivi alguns momentos que não queria, mas entendi a importância que isso tinha para ajudar as pessoas”, explica.

Lançado com o título “Na Alegria e na Dor”, o livrou foi publicado em 2019 pela editora Viseu, ganhou versões em inglês (produzida de maneira independente pela plataforma da Amazon) e espanhol (pela editora PublishWay) e hoje já foi lido por várias pessoas ao redor do mundo.

“Embora a quantidade de livros totais não seja nem próxima daquilo que conhecemos como best-seller, fico muito feliz em ler comentários de pessoas de vários países que me escrevem pelo Instagram, ou nos comentários das próprias lojas virtuais, sobre o quanto a história traz inspiração para eles, isso é muito gratificante”, comenta Carlos.

Vida, hoje

Atualmente, Carlos continua atuando com suporte técnico, estuda filosofia, se tornou um teólogo e pretende dar aulas em faculdades. Apesar de curada, Andrea sofre com doença renal e até conseguir fazer um transplante, precisará fazer hemodiálise três vezes na semana.

Além disso, sente dores renais e abdominais e precisará conviver definitivamente com bolsas de colostomia e urostomia. Apesar disto, ela não perde a fé e faz questão de dizer que Deus sempre ajuda e consola. “Nada dura para sempre. Quando falavam, eu achava que nunca ia passar, mas passou e hoje estou aqui muito mais forte e com força pra ajudar outras pessoas.”

Com o desejo de ver a história da vida deles cada dia mais conhecida, tanto ela quanto ele têm sonhos. “Gostaria de viver sem dores, ver meus filhos crescerem e concluir a montagem da minha clínica de estética”, planeja ela. “Quero continuar sendo convidado para falar a respeito de nossa experiência para os mais diversos públicos, pois é muito gratificante saber o quão positivamente impactadas as pessoas ficam em saber da nossa luta, e da esperança que muitas vezes renasce nelas”, finaliza Carlos.

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