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Moradora de Americana abandona carreira para cuidar de animais

Ex-funcionária de banco, Alessandra de Almeida Nobre, conhecida como "Tandinha", se dedica a dezenas de animais

Por Jucimara Lima

26 de agosto de 2024, às 10h43

A protetora Alessandra Nobre, a Tandinha – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

A protetora individual Alessandra de Almeida Nobre, conhecida como “Tandinha”, de 53 anos, tem uma vida dedicada a resgatar e cuidar de animais abandonados. Solteira e sem filhos, ela tem uma família numerosa, formada por 39 cães, todos vindos de resgates, além de 11 cavalos, algumas galinhas e outros bichos que, vez ou outra, acabam fazendo parte de seu clã.

Diariamente, acorda às 4h30, sai do bairro onde mora, na região do Jardim Botânico, em Americana, passa para comprar ração e segue rumo à região do Recanto do Sol, em Nova Odessa. No caminho, que em boa parte é estrada de chão, além de muita poeira, costuma encontrar cães abandonados, animais que acabam sendo resgatados.

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“Eles chegam em condições tão deploráveis que é difícil acreditar. Não tem como falar ‘ah, esse eu não vou levar’”. Assim, depois de tratar seus 39 cachorros – número que já chegou a 50 – ela segue para o trabalho que faz em vários haras da região. No final do dia, volta para repetir os cuidados com os animais.

O início

Há exatamente 30 anos, Tandinha abandonou um emprego estável como bancária da Caixa Econômica Federal para trabalhar com cavalos. “Minha família não gostou muito, não. Meu pai era gerente de banco e quis que eu me formasse em administração. Eu concluí o curso, mas com o tempo, vi que aquilo não era para mim”, afirma.

Assim, mesmo contrária à vontade da família, ela recomeçou sua vida profissional tratando de cavalos em cocheiras de aluguel. Embora diga que nunca tenha gostado muito de estudar, a quantidade de cursos que fez ao longo dos anos prova o contrário. Especializada em castração, inseminação, adestramento, ensinamento básico de salto, entre outros, ela explica que, apesar de não atuar nessas áreas, acha importante ter conhecimento. “A gente precisa saber para poder cobrar o profissional, ver se está tudo certo com o atendimento”, afirma.

Conexão entre cavalos e cães

Há mais de duas décadas, sua principal fonte de renda vem do trabalho como domadora, área que ama e conhece muito bem. “O segredo para domar um cavalo é fazer com que ele confie em você. Depois disso, ele passa a te ver como parte da manada dele, então, o segredo é dar carinho. Não tem negócio de agressividade, não. Tem que ter amor.”

Tandinha em meio aos cavalos – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

Relembrando o passado, a domadora afirma que toda sua paixão por animais começou aos quatro anos, quando ela ganhou “Pampinha”, um pônei que viveu mais de 30 anos. Já o trabalho com cavalos foi o que a transformou indiretamente em uma protetora de cães, quando resgatou uma cachorrinha na região da Fazenda Velha.

Segundo Tandinha, por ser uma área de canavial, muitas pessoas abandonam cães no meio da cana ou mesmo na estrada, como o caso da cachorrinha Bolinha.

“Eu a encontrei se arrastando. Resgatei, levei para a clínica, ela fez tratamento e ficou comigo até morrer de velhice”, lembra. Depois dela, muitos outros vieram e alguns permanecem até hoje. “Tem cachorro que está comigo a vida inteira e que peguei filhote.”

Para ela, é impossível pensar em não ajudar um animal mesmo que todas as despesas saiam do seu próprio bolso. “Sempre paguei por tudo: ração, tratamento. A gente faz, rifa, paga parcelado no cartão, no boleto, o que for preciso”, argumenta.

Ajuda bem-vinda

Apenas há pouco tempo, Tandinha passou a pedir ajuda para arrecadar ração, e, recentemente, sua causa ganhou reforço com o apoio dos projetos Cadeia Para Maus-tratos e Meu Abrigo, que têm feito a diferença, ajudando especialmente na adoção consciente.

Cuidadosa, ela só permite a adoção quando confere se o adotante, de fato, tem responsabilidade afetiva com os animais. “Eles já sofreram muito, então, só entrego depois de visitar o lugar para onde o cachorro vai. Se não for confiável, não deixo levar.” “Já doei bastante cachorro para gente conhecida e, quando vou visitar, anos depois, eles ainda me conhecem”, orgulha-se.

Atualmente, por meio dos dois projetos, ela participa de feirinhas de adoção, como a que acontecerá no próximo sábado (31), no Myourpet, entre 9h e 13h.

Entre os maiores sonhos da protetora está poder viver definitivamente em um único lugar com sua prole, já que, por enquanto, seus animais estão temporariamente instalados em um sítio cedido por um amigo.

“Queria ter um espaço meu para ter os bichinhos e continuar mexendo com cavalo, até quando Deus permitir”, finaliza emocionada.

Para quem desejar colaborar para que ela continue cuidando dos cachorros, enviem mensagem pelo Instagram @atandinha ou para o WhatsApp (19) 99294-4015.

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